Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: Do Centenário ao Sesquicentenário<br><br> HAROLDO LÍVIO<br><br><br>Por mera distração, deixei de participar do grandioso desfile<br>histórico folclórico do Centenário da Cidade, em três de julho de<br>1957. Da turma do diretório dos estudantes, Lúcio Bemquerer<br>caracterizou-se no papel de Fernão Dias Paes,o Caçador de<br>Esmeraldas,e Lauro Vasconcelos Nascimento representou o bandeirante<br>Antônio Gonçalves Figueira,que fundou a fazenda Montes Claros,há<br>precisos 300 anos. Perdi de desfilar, porém, não posso me queixar do<br>que aproveitei na empolgação vivida por todos nós naquelas manhãs,<br>tardes e noites inesquecíveis, ao som da ?Vovó Centenária?, do<br>fox ?Only you? e da canção francesa ?Du rififi chez les<br>hommes?.<br>Hoje, meio século passado, também não posso me queixar das atenções<br>que me foram dispensadas, na comemoração do Sesquicentenário da<br>Cidade. Talvez nem seja merecedor, em face das falhas que foram<br>cometidas, mas seria falsa modéstia negar que fiquei muito feliz por<br>terem se lembrado de mim, na hora de jogar confete. Primeiro, fui<br>colhido de surpresa quando a inspirada fotógrafa Ângela Ferreira me<br>incluiu na galeria de retratos, em formato de folhinha, das pessoas de<br>Montes Claros, entre vivos e mortos, por quem ela tem predileção.<br>Trata-se de uma escolha pessoal,sem interferência de terceiro.<br>Na etapa seguinte, elegeram-me para a lista ?Eles fizeram<br>história?, da medalha Civitas, que tanto deu o que falar. Achei,<br>aí, que estavam exagerando, pois para mim já era muito aparecer na<br>folhinha de Ângela, que tem a bondade de. um anjo. Em seguida,o jornal<br>o Norte fez uma eleição?on line?das ?150 pessoas mais ilustres<br>de Montes Claros?e fui incluído,embora,sinceramente não me<br>considere como tal. Não sou nenhum poço de vaidades,mas sou<br>humano,de carne e osso,com direito a uma dose discreta de vaidade.Acho<br>que me envaideci quando meu livro?Nelson Viana?,o Personagem? foi<br>selecionado para integrar a Coleção Sesquicentenária,editada pela<br>Unimontes sob a coordenação da historiadora Marta Verônica<br>Vasconselos Leite. Parece que essa escolha me deixou mais feliz do que<br>quando meu livrinho foi selecionado para a Coleção Mineiriana,da<br>Fundação João Pinheiro,porque agora é santo de casa fazendo<br>milagre.Porque livro é como filho da gente,e quem beija a boca do<br>filho adoça a boca do pai,segundo já diziam nossos tataravós.<br>Nessas farras do Sesquicentenário, minha maior emoção, contudo, foi<br>ter participado na redação de um discurso para ser lido pelo<br>Presidente da República, na solenidade de entrega das medalhas Civitas<br>e Urbis, na data magna do aniversário da cidade. Fiquei sabendo de<br>minha participação somente quando o Presidente em exercício<br>discorria, eloquentemente, sobre as origens históricas da cidade. Com<br>grande surpresa e muita honra para mim, reconheci trechos inteiros de<br>uma reportagem que escrevi, no ano 2000, para o catálogo telefônico<br>do Jornal de Notícias. O redator aproveitou o máximo que pôde e não<br>citou a fonte onde bebeu o conteúdo histórico do discurso<br>presidencial.<br>Ele deve ter lá suas razões para dispensar-se da citação. Se fosse<br>um autor conhecido,como Cyro dos Anjos ou Darcy Ribeiro, talvez tivesse<br>citado. Tudo bem, já que fiquei imensamente feliz e gratificado com a<br>transcrição de meu texto na fala presidencial. Da mesma forma, sou<br>grato e penhorado ao amigo oculto que recomendou meu texto ao redator<br>do Palácio do Planalto. Eu sei quem é o amigo oculto, e ele sabe que<br>eu sei que foi ele quem indicou a transcrição. Quem encontra um<br>amigo, encontra um tesouro, diz o Livro Sagrado.

Preencha os campos abaixo