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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Mais dos mesmos

Na eleição do próximo ano, o eleitorado de Montes Claros vai ter mais dos mesmos. Os prováveis candidatos à prefeitura são os que têm ocupado a cena política nos últimos 25 anos, disputando entre si, perdendo e ganhando eleições, de maneira que a maioria deles já ocupou a prefeitura uma ou mais vezes. Quem menos disputou está indo para a segunda eleição. Nenhum deles, portanto, poderá adotar o discurso da renovação política, como já aconteceu antes, quando políticos de maior expressão foram combatidos como “bananeiras que já deram cachos”. E há quem esteja se preparando para a quinta candidatura, depois de dois mandatos exercidos.
Não há demérito em alguém insistir em ser candidato. O presidente Lula da Silva aí esta como exemplo de quem não desiste nunca. Foi eleito na quarta tentativa, e de novo eleito, na quinta, não havendo nesta afirmativa a insinuação de que ele seja um presidente “de quinta”... Prefeito, Montes Claros já teve pelo menos três que só alcançaram a vitória na terceira tentativa, um deles, o atual, Athos Avelino, que até pode pleitear a reeleição. Seu antecessor, Jairo Ataíde, concorreu em quatro eleições, ganhou duas e, ao que se anuncia, prepara-se para a quinta rodada.
Políticos que envelhecem nos palanques e nos gabinetes contam-se aos milhares no Brasil e, certamente, em outros países. Agora mesmo desapareceu um dos mais expressivos, o legendário baiano Antônio Carlos Magalhães, que esteve sob a luz dos holofotes por mais de meio século, quaisquer que fossem os governos. Sua trajetória confirmou o velho aforismo segundo o qual político só se aposenta por dois motivos: por morte e pelas urnas, sendo que, pela vontade do eleitor, costuma haver reincidências, por vezes trazendo de volta quem parecia sepultado em definitivo.
Costuma-se atribuir ao regime militar, que vigorou no país durante 21 anos, a culpa pela falta de renovação política. A repressão interrompeu o fluxo natural, que era a gestação de novos valores a partir dos movimentos estudantis. A geração reprimida deveria estar em atividade atualmente, se não tivesse sido desviada em sua trajetória. Como não houve estímulo para o aprimoramento, registrou-se o vazio que foi sendo ocupado pelos que nem sempre se prepararam adequadamente, explicando-se assim, segundo os adeptos dessa teoria, a degradação a que o país está assistindo na forma de mensaleiros, sanguessugas, aloprados e outros espécimes que se instalaram nos mais altos postos de todos os poderes.
Às câmaras municipais têm aportado, pelo voto popular, figuras que, em grande parte, só estão ali devido à omissão voluntária de muitos tidos como mais bem preparados, que declinaram do encargo devido ao conceito desfavorável predominante na opinião pública em relação aos que atuam na política. Uma generalização que é injusta, porque alguns ainda se salvam em meio a muitos que têm como objetivos principais apenas o interesse financeiro e as mordomias.
A renovação política de que se fala não é prerrogativa exclusiva dos jovens. Ela pode dar-se também sob a égide de cidadãos que alcançaram a idade madura e trazem como acervo experiências vividas em outras áreas. É o caso, por exemplo, do empresário José Alencar, que ganhou notoriedade por ter plantado indústrias em vários pontos do país e depois abraçou a política. Candidatou-se a governador, elegeu-se senador e viabilizou a eleição do presidente Lula da Silva, emprestando-lhe credibilidade.
Não tinham razão, portanto, os jovens que se iniciavam verberando os já entrados em anos que ainda se sentiam úteis e dispostos a exercer funções públicas. Os que os menosprezaram devido à idade, chegam hoje à condição de sexagenários e, da mesma forma, ainda se apresentam com vigor para assumir novos encargos.

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