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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: AFRA BECHARA

Nascida em 24/05/1910 recebeu na pia batismal o nome de Afra Bechara. Vinda para nossa aldeia, proveniente de Jequié, na Bahia de todos os Santos. A cidade a chamou de ‘Dona Alfa’.
Fisicamente bem conformada, caucasiana, rosto expressivo, sobrancelhas arqueadas, voz possante e vibrátil, persuasiva mesmo, embora demonstrasse sempre bom humor. Tinha o dom de transformar o ambiente em que chegava. Era uma alegria vê-la conversar.
Representante típica da mulher baiana usava grandes brincos balangandãs, pulseiras e broches em côco e ouro, roupas vistosas, que bem assentavam no seu biótipo corpulento. Impunha pelo seu porte e pela sua personalidade expressiva e direta.
Não despachava para o bispo, a sua missa era de corpo presente, entrementes o seu coração fosse de ouro. Grande como seu tamanho, era o seu sentimento. Promovia periodicamente lautos almoços, para os detentos da cadeia pública local, assim como arrecadava fundos para a aquisição de produtos de higiene pessoal, agasalhos e medicamentos.
Digna de nota era a festa folclórica de “Cosme e Damião’ promovida anualmente por ela para amigos, pacientes, admiradores e vizinhos.
Paralelamente, a mesma Afra era a rainha dos carnavais de rua, figura central da festa de Momo. Ela era o abre-alas, a frente dos blocos, dava o tom do carnaval da cidade. Era o encantamento da nossa infância. “Meninos e meninas vestidos com fantasia e acompanhados dos pais para ver ‘ Dona “Alfa” passar vestida de baiana”.
No pátio da escola arriscávamos o palpite de como seria a sua roupa no carnaval próximo.
Alma iluminada, e vinda a esse mundo em missão, como era detentora de dons curativos, atendia fraternalmente aos aflitos que a procuravam para isso. Usava as suas energias benfazejas e o seu conhecimento espiritualista.
Como tinha origem “gitana” manipulava como ninguém a milenar arte das cartas do Tarô Cigano usadas para a leitura da “Buena Dicha” dos consulentes.
Hábil benzedeira atendia os que padeciam de males físicos e espirituais, pessoas vindas de todo o Estado de Minas e Norte da Bahia. A consulta dos ausentes era feita através de solicitações em carta.
Em 1944, quando morava na rua Juramento, hoje Coronel Antonio dos Anjos, uma menina sua vizinha, “Quita Maia”, lia as cartas recebidas respondendo a bico de pena com previsões e conselhos dados por Dona Afra ao interessado. A menina era a sua assistente intelectual. No tempo da tinta Parker!
Cedo ainda, em 27/02/1967 aos cinqüenta e sete anos, Deus Pai a levou aos mundos Súperos, pois havia cumprido a sua missão entre nós!
Salve, pois! A rainha dos carnavais de ruas, o socorro de todos os aflitos, a guardiã dos encarcerados. Deixou gravado na história da nossa urbe, o bom nome da família Bechara.
Dona Afra é mãe do conhecido bancário aposentado e ex-jogador de futebol “Bechara”. Goleiro do Ateneu no tempo em que o time ainda não era de Dona Albertina.

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