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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Distorceram a pesquisa

Waldyr Senna Batista

A prefeitura fez chegar às redações da cidade “release” em que comemora mais um destaque para Montes Claros no cenário nacional. Diz, no primeiro tópico da matéria, generosamente divulgada, sem retoques, por quase todos os veículos de comunicação locais: “Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas, publicado na última edição da revista “Você”, coloca Montes Claros como uma das 100 melhores cidades do país. Montes Claros ficou na 79ª colocação, entre os municípios com melhor projeção em crescimento, desenvolvimento econômico e qualidade de vida para os próximos 10 anos. Foram avaliados 5 mil municípios brasileiros, em todas as regiões do país.”
A partir daí, o texto passa a sugerir que essa grande conquista se deve a realizações produzidas pela atual administração: “A ascensão econômica e social da cidade está ligada aos investimentos em infra-estrutura, aos incentivos fiscais e à cessão de terrenos para atrair empreendimentos industriais, o que tem feito com que, no governo Athos, a cidade deixe para trás a pecha de “cemitério de indústrias”, referência ao seu Distrito Industrial, para se transformar num lugar extremamente atrativo para os empresários”.
E alinha nomes de empresas que se instalaram na cidade nos últimos tempos ou que ampliaram suas instalações, além de empreendimentos que, em sua maioria, estão apenas em cogitação, entre eles a usina da biodiesel, de iniciativa da Petrobras. Sem esquecer, é claro, da ETE ( estação de tratamento de esgotos), cuja paternidade a prefeitura vem disputando com a Copasa, a golpes de placas gigantescas, de ambos os lados.
O comunicado da prefeitura não é verdadeiro. A começar pela denominação da pesquisa, que é: “As 100 melhores cidades para fazer carreira”, e não “As 100 melhores cidades do país”. O levantamento é feito anualmente, há seis anos, para aferir o descongestionamento de indústrias nas cinco regiões geográficas do país, e Montes Claros não merece citação além da que a aponta como a 79ª colocada no “ranking”. São Paulo é a primeira colocada nessa tabela, encabeçando lista de 27 cidades do interior paulista. De Minas, foram classificadas sete cidades: Belo Horizonte ( 5ª ), Juiz de Fora ( 25ª), Uberlândia ( 37ª ), Betim (52ª ), Uberaba ( 60ª ), Ipatinga (72ª ) e Montes Claros ( 79ª ).
A pesquisa avaliou 140 cidades ( e não 5 mil ) e levou em conta três itens: 1) educação, com peso 3 na nota final, considerando o número de pessoas matriculadas e a oferta de cursos de graduação, mestrado e doutorado ( São Paulo em 1º lugar); 2) vigor econômico, com peso 2, considerando arrecadação de ISS e o PIB ( produto interno bruto) municipal, ambos “per capita” (Macaé-RJ em 1º); e 3) saúde, com peso 1, avaliado o número de leitos e de profissionais de saúde, ambos para cada 1.000 habitantes ( Juiz de Fora em 1º ).
Ao atribuir peso 3 para o setor de educação, a pesquisa da revista “Você S/A” deixa claro seu objetivo, e Montes Claros deve ter sido beneficiada devido à grande concentração de cursos superiores, nada tendo a ver com administração pública, projetos ainda em gestação, crescimento econômico, incentivos fiscais ou presumível qualidade de vida. O coordenador do trabalho, Moisés Balassiano, titular da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas ( Ebape) da FGV, em entrevista, disse que a pesquisa vem chamando a atenção para alguns pólos de atração de negócios, com potencial para o desenvolvimento profissional, casos do interior de São Paulo e do norte fluminense. E acrescenta que o ideal é que haja, efetivamente, desconcentração das capitais, o que já acontece na região Sudeste com mais intensidade.
A reportagem cita Belo Horizonte como principal centro de educação executiva do Sudeste, fora do eixo Rio-São Paulo, com destaque para a Fundação Dom Cabral, que em 2006 treinou mais de 22 mil executivos de todo o Brasil, e a UFMG, apontada como centro de excelência em tecnologia. Juiz de Fora também é citada por estar em vias de superar
BH na hegemonia em saúde. Em Minas, diz a revista, os setores que mais recrutam profissionais qualificados são: mineração, siderurgia e indústria automobilística.

É altamente positivo que Montes Claros apareça em 79ª posição em levantamento feito por entidade de reconhecida credibilidade, como a FGV. O que não é correto é a prefeitura local distorcer os objetivos de pesquisa tão séria, com propósito propagandístico.

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