Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: A representação parlamentar

Waldyr Senna Batista

É bem curiosa a composição da atual representação parlamentar de Montes Claros e do Norte de Minas na esfera federal. Dois deputados originários da região são ligados a partidos de oposição (Humberto Souto, PPS, e Jairo Ataíde, DEM., este com o inconveniente de não ser dono do mandato, por ter se colocado na primeira suplência), e um terceiro, Saraiva Felipe, PMDB, que aqui se iniciou na política. Outros três, que costumam se apresentar como representantes da região, integrantes da base de apoio do governo federal, são aqui votados por razões peculiares, assim entendidos acordos que envolvem financiamento de campanhas: Fernando Diniz ( PMDB ) é de Belo Horizonte e tem fazenda na área; Virgílio Guimarães ( PT ) é de Curvelo: e Márcio Reinaldo ( PR ) é de Sete Lagoas. Há outros para-quedistas menos votados.
Os três governistas, embora razoavelmente votados em Montes Claros, são praticamente desconhecidos aqui. Seriam reprovados no “teste da praça doutor Carlos”, que está sendo instituído exatamente neste instante. Consiste em o político, trajando roupas comuns, e desacompanhado, permanecer em frente ao prédio da Copasa durante uma hora e conseguir ser identificado por número significativo de transeuntes.
Eles até que se esforçam para retribuir com benefícios os votos recebidos, fazendo constar do orçamento da União verbas destinadas aos municípios governados por prefeitos com os quais se relacionam. A representação é legítima, segundo os padrões usuais da política brasileira, e a crescente votação que recebem se dá na medida em que os políticos norte-mineiros se omitem. Em política não há espaços vagos. Quando surgem, são logo ocupados por outros candidatos, como ocorreu quando do afastamento do deputado Humberto Souto para assumir funções no Tribunal de contas da união ( TCU ) durante doze anos. Ele retornou agora e teve dificuldades em retomar posições em municípios onde sempre era bem votado. Elegeu-se com margem exígua, aproveitando legendas partidárias. E o ex-prefeito Jairo Ataíde, estreante no segmento, não se elegeu, estando no exercício precário do mandato por obra e graça do governador Aécio Neves. Quanto a Saraiva Felipe, do bloco governista, tem aparentado certo alheamento, como que decepcionado com a soma de votos obtida aqui poucos meses depois de ter deixado o ministério da saúde.
Os dois autênticos norte-mineiros, estando na oposição no âmbito federal, não podem influir, por exemplo, na designação de dirigentes para os órgãos federais situados na região. Isso tem sido feito pelos três situacionistas que vieram de fora e que participam do processo de aparelhamento que é a marca do regime petista. No passado, os políticos que detinham essa prerrogativa concentravam suas escolhas em funcionários de carreira de cada órgão, com o que exibiam afinidade com o governo que nomeia e atendiam aos grupos locais e regionais. Mas o petismo radicalizou, priorizando para nomeações pessoas estranhas aos quadros funcionais e que tenham pretensões eleitorais. Elas assumem e manipulam as ações sempre em função dos seus interesses eleitorais, como se viu nas eleições do ano passado. Com o governo de coalizão que o presidente Lula da Silva foi obrigado a adotar, para reforçar sua sustentação no Congresso, o modelo petista foi estendido aos políticos dos partidos aliados.
Alijados do bazar que está em pleno funcionamento, cujo foco agpra é a prorrogação da CPMF, os deputados da região norte-mineira, e também alguns prefeitos, têm se valido de vias alternativas para o encaminhamento de seus pleitos. Uma delas é o vice-presidente da República, José Alencar, que não manda nada nem quando assume interinamente a presidência, mas às vezes consegue encaminhar com êxito algumas reivindicações; outra, o ministro da coordenação política, Walfrido Mares Guia, que tem ligações estreitas com Montes Claros e o Norte de Minas e sabe usar a condição de homem influente do governo.
O prefeito Athos Avelino, eleito pelo PPS, normalmente estaria na oposição, se na eleição presidencial não houvesse contrariado a linha de seu partido, optando pela chapa Lulécio. Como Lula e Aécio saíram vitoriosos, o prefeito não tem do que se queixar, apregoando sempre que dispõe de livre acesso ao presidente e ao governador, sem depender da muleta de parlamentares.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima