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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: ´VENTOS DE AGOSTO´ Voltei a minha aldeia, em 23 de agosto de 2007, desta feita, para a posse de um amigo de infância na cadeira número 8, da “Casa de D. Yvonne” (Academia Montes-clarense de Letras) e para o lançamento de seu primeiro livro. Do Aeroporto, após rejeitar amigas caronas, como sempre, à casa materna, para abraçar e beijar Lena, no táxi de Sílvio “Moleque”, ex-atleta do Cassimiro de Abreu. Logo depois, ao Automóvel Clube. Ao entrar, avistei uma tela de Godofredo Guedes, retratando Edgar Martins Pereira, nosso amado “Tio Digas”, de infinita bondade, coração cheio de amor para dar, especialmente ao próximo mais pobre. Depois, duas exposições, em painéis, mostrando as jornadas de dois monstros sagrados de nossa cultura: Alfredo de Souza Coutinho e João Valle Maurício, sogro e genro, antigos titulares da cadeira que seria ocupada pelo neo-acadêmico. Eu não sabia e vibrei quando vi a foto de Dr. Coutinho, um dos maiores intelectuais de minha tribo, vestindo, na juventude, a camisa do Clube Atlético Mineiro. Logo depois abraçaria a ambos, na figura maravilhosa de Milene, filha e esposa desses dois ícones de nossa história. Aí, encontro Rafa, meu querido Raphael Reys. Rolou aquele papo gostoso. E as pessoas iam entrando no imenso espaço onde se daria a festiva solenidade. Só gente bacana. Abracei vários amigos e amigas. Conosco o grande escritor Petrônio Braz, a quem tive a honra de conhecer pessoalmente naquele momento feliz de nossas vidas, e meu ex-aluno, também festejado escritor, Dario Cotrin. Composta a mesa, ao centro é conduzido meu amigo de infância, com sua belíssima e culta esposa Eunice. Yvonne Silveira abriu os trabalhos com a classe de sempre e Wanderlino Arruda fez empolgante e calorosa apresentação do novo acadêmico. Veio a arte do consagrado coral do Conservatório Lorenzo Fernandêz, regido pela maestrina Clarice Sarmento. Benedito Said, que já escrevera a orelha, apresenta o livro, num breve e substancioso discurso, dominado pela musicalidade das palavras certas nas horas certas. Novamente o Coral nos brinda com outra música. Apresentou-se o artista Adson Thell, encenando o monólogo “Lembranças”, bela peça de arte sertaneja, da lavra do acadêmico. Leu-se a ata de posse e a terra de Darcy Ribeiro e Cyro dos Anjos, após as assinaturas de praxe, ganhou um novo imortal. A solenidade chega, então, ao clímax com o discurso do empossado, que falou-nos sobre as vidas dos dois confrades a quem sucedera e agradeceu a nobre investidura. Emocionou-me ao, na peroração, agradecer minha presença. Ao final da solenidade, surpreendendo-nos, a todos, o mestre de cerimônias anunciou que alguém faria uma breve mensagem. Subiu à tribuna um rapaz bonito e elegante que, com desenvoltura, quase me levou às lágrimas, ao dizer, simplesmente – e nada mais –, ao pai, que ele era imortal naquele momento, mas que já o era, muito antes, em seu jovem coração. Era o filho do amigo que eu viajara para homenagear e a quem ainda não tivera o prazer de conhecer, Edgar Antunes Pereira Filho. Com meus compadres Haroldo Veloso e Ângela, Marinho Alaor, Humberto Souto e Clarice Sarmento, acompanhados por Lucinha, filha de meu querido Vivaldo Macedo e esposa de meu colega de infância Cristóvão Barreto, cantamos e recitamos poemas até quase o raiar do sol. Já estava rouco e, quase sem voz, peguei vôo de volta pouco depois das nove da manhã, após costumeira bronca de Lena por eu ter chegado à casa de madrugada e meio “alegre”. Puro ciúme materno. Em Belô, almocei, dei uma dormidinha e abri “Ventos de Agosto”. Não mais consegui deixá-lo. Meu querido colega do D. Bosco, de 1957, Edgar Antunes Pereira, amigo e velho companheiro, como foi legal devorar seu livro, sentir na face seus ventos de agosto, captar melhor sua filosofia de vida, conhecer mais profundamente seu pensamento sobre os mais relevantes temas de nossa era e, principalmente, penetrar, fundo, em sua incomparável ludicidade! Como você escreve bem! E você quase me matou de saudade de D. Zulma, grande amiga de Lena, através dos poemas que ela, extremosa mãe, derramou para este nosso louco mundo, tão carente de amor. Meu “tio” Digas estará carinhosamente abraçado a Ernane, ambos embriagados do mais profundo e sincero orgulho do filho e irmão. De D. Zulma, tão orgulhosa quanto, certamente brotará mais um lindo poema. Nem todos têm a coragem de se expor através da literatura. Em você ela sobra. Aliás, coragem igual à sua pouco conheço. Sei que é herança do berço e que esse menino travesso, inteligente, dinâmico e bom de briga é, antes de tudo, um homem sincero e franco, que tem a bater em seu peito um coração extremamente bondoso, envolvido por uma bela alma sertaneja, bem nossa, norte-mineira. Parabéns, caro amigo! Valeu!!!

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