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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: NOITES MONTES-CLARENSES-ANOS 40<br><br>O Beco Cláudio Manuel ligava a Rua Costa Carvalho, atual Altino de Freitas à Rua Carlos Gomes, passando apertada ao lado da escada do exótico Hotel Alhambra. Oráculo das dançarinas internacionais que vinham animar as noites de glamour e carteado do Clube Minas Gerais, o Cassino.<br>Cavalheiros vestindo calças azuis de gasimira Aurora, ternos de linho irlandês, camisas Tanhrausen, sapatos Fox; e cheirando a perfume Coty iam tomar Grant, na pensão de Firmina. Lá a Baianinha, uma fogosa mestra da luxúria, era a atração maior.<br>Pelas ruas, um Bellair de linhas românticas!<br>Zé Figueiredo passava pela rua montado em um Manga-Larga, com imponente sela, arrebites de prata20, quando um guarda de trânsito, o único que havia por aqui, sinalizou parada. Perguntou jocosamente: cadê a placa, Zé? Levantando a cauda da montaria e expondo o traseiro disse: anota aí!<br>Walter Zorro, ainda rapazote, fazia uma farra com Adão do Pinho, um rico fazendeiro de Salinas, no Cassino, quando Tião do Espeto entrou apressado avisando para João Pena: tem um tiroteio lá fora!<br>Era o Toffani que chegara montado na sua Harley Davidson onde se lia, escrito no tanque: cemitério é terra de bons. E do outro lado: azar para mim é festa. Levou um disparo de 38, no maxilar, disparado por Leonídio Carroceiro, um pistoleiro. Os dois disputavam os prazeres de Maria Loura, que bebia no Bar São Benedito, servida pelo cozinheiro Leopoldo o primeiro homossexual assumido de Montes Claros.<br>Damas da noite, comerciantes, boteniqueiros, tomavam dinheiro emprestado de Chico Preto, comerciante português que trazia para cá os conterrâneos ávidos de Brasil.<br>Godoy ,um bookmaker, trazido de Curvelo, era o testa-de-ferro de coronéis, sócios da jogatina com glamour internacional que não apareciam. Os ricos da época eram Lincoln de Freitas, Jabbur, Filomeno Ribeiro e Seu João Martins da Silva Maia que tinha tanta grana que construiu com recursos próprios a estrada que liga Montes Claros a Maria da Cruz, cobrando pedágio por sua utilização.<br>Na Rua Dom Pedro II havia uma casa de portas fechadas, com segurança à entrada. Era o paraíso de luxúria de ricos fazendeiros e conhecido engenheiro que se cotizavam e mantinham em ambiente requintado e fechado ao público, vedetes vindas do Rio de Janeiro, para seu deleite. Havia lá, uma ampla varanda com cadeiras de palinha Lá a estrela maior da beleza, a dançarina Ailha, um show de sedução, recendia à Doi de Paris e vestia-se com seda importada. À noite vestia-se com camisola de organdi suíço com rendas de Sevilha. Uma casa das mil e uma noites mantida com dinheiro ganho de concorrências de obras públicas, principalmente a ferrovia.<br>Construía-se a estrada de ferro Montes Claros-Monte Azul, bebia-se quaraná RC para aplacar a ressaca, viajava-se a bordo de DC-3 da Panair tomando Smirnoff com Tanger, fumando Astoria, e mastigando pastilhas Valda.<br>Rapazes já contestavam usando calça de brim curinga, calçando quedes, vestindo camisas de gabardine, usando motos BSA, comendo chocolate Behring, no tubo, e bebendo Cinzano com conhaque.<br>Miro Pereira fabricava a cachaça Rumo Certo, em Patís, e Alípio Mendes, na sua fazenda em Mirabela a famosa cachaça XXV que depois de fabricada, erra enterrada, no chão, por vinte e cinco anos antes de ser posta à venda. Um luxo de qualidade e requinte artesanal.

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