Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: A LUZ DE DONA VIDINHA, O RÁDIO DE PEDRO CANELA, A ZYD7 E A IDADE DO VELHO GD.<br><br>Nos antes, a energia elétrica que iluminava os Montes Claros era fornecida pela usina de Dona Vidinha Pires. Como sinal antes de ser diariamente desligada, ia e vinha em intensidade. Para se conferir se estava acesa, carecia acender um palito de fósforo. Aí entrava a lamparina a querosene.<br>1953- A casa de Pedro Canela ficava na Avenida Cula Mangabeira. Lá, Pedro produzia lenha padronizada para os fogões da época. Extraída de madeira de boa qualidade e as toras cortadas simetricamente. Um primor! Passava os dias a escutar os programas da ZYD7, a Furiosa, trazida a essas plagas do Figueira, por Jair de Oliveira.<br>Faziam parte do conteúdo o Chico Pitomba e Mané Juca, o poeta maior Cândido Canela e Antônio Vitrola com suas modas caipiras. Nos fins de semana, o Alceu Queiros, com a sua atração de calouros transmitido direto do Cine Ypiranga, na exótica Melo Viana. Revelava talentos.<br>Tempos em que Dincanga, o palhacinho, foi aclamado a Voz de Ouro do rádio de Montes Claros. Da melódica interpretação de rouxinol de Iracema, uma moreninha mignon cabelo de índio que cantava divinamente e fazia ao vivo os comerciais do macarrão que recebeu o seu nome: Macarrão Iracema.<br>Os românticos escutavam a programação dos três Irmãos Carajé: Ducho e seu violino, Antonio e Mendes.Comerciais do Rum Creosotado, notícias de Luz Del Fuego e as vozes de Marlene, Dalva de Oliveira, e Emilinha Borba cantando a marchinha do Pirata da Perna de Pau.<br>Os medrosos escutavam o programa O Sombra que falava com voz cavernosa: ninguém sabe o que passa no coração do homem, mas o sombra sabe! <br>Numa tarde tropical, com o sol a se deitar sobre a inclemência do tempo, Pedro Canela chegava à sua citada casa no Alto Severo (hoje Santo Expedito), quando se deparou com um operário da moderna Companhia de Força e Luz de Minas Gerais postado em cima de uma escada no poste onde se encontrava a entrada de energia elétrica, se preparava para cortar o fornecimento, já que a conta estava atrasada e a fornecedora não perdoava um só dia.<br>Pedro, estando ainda do lado de fora da casa, gritou para a patroa ligar o rádio na ZYD7 com o som bem alto. Sacou o seu Colt Cavalinho 38” e falou em alto e bom som, enquanto apontava o pau de fogo para as pernas do operário encarregado do suposto corte. Se Emilinha parar de cantar meu rapaz, você vai cair que nem um jenipapo!<br>O serviçal prestes a borrar as calças desceu macio, arriou as ferramentas no chão, montou na sua bicicleta sueca e gramou o beco de volta ao escritório da Companhia. Ele é que não seria cuidado pelos Beirões!<br>Sentado à porta da casa e tomando uma boa Viriatinha com Walquir Jansen, galã catrumano que usava brilhantina para fixar o topete, vestia-se com tropical inglês, cheirava à colônia Nuit de Noel e calçava sapatos de pelica feitos à mão, pelo mestre Penalva. Juntos escutavam o chorinho André de Sapato Novo. Um sucesso da época.<br>1960. A CEMIG era a fornecedora e o velho Gelson Dias, homem feito transmitia os clássicos do futebol, e fazia os comentários: aqui está o maior c.´de boi, meus caros ouvintes. O saudoso Fernando Gontijo nos hoje 2007, se aqui estivesse certamente diria:ele tem setenta e caquerada!

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima