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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Os números da criminalidade<br> Waldyr Senna Batista<br><br>Em junho deste ano, quando a polícia civil anunciou haver desbaratado quadrilha chefiada pelo bandido conhecido como Ninha, apontado como responsável pelas execuções sumárias que ocorriam na cidade, houve quem imaginasse que, a partir de então, a comunidade passaria a desfrutar de alguma tranqüilidade.<br>Ilusão pura. Esses grupos criminosos, geralmente comandados do interior dos presídios, não se extinguem facilmente, conseguindo repor suas peças com impressionante agilidade. E é precisamente o que parece estar ocorrendo em Montes Claros, onde a trégua durou muito pouco. As execuções recomeçaram. Pela contagem da imprensa, neste ano, somados os casos mais recentes, já são 53 as mortes ligadas à disputa pelo comando do tráfico de drogas, que está na base de todo o problema. Esse número supera a soma de todo o ano passado.<br>Mas difere dos apresentados pelo delegado Aluízio Mesquita em entrevista divulgada semana passada. Ele avalia que os efeitos da “operação águia” (que fez estremecer o tráfico) ainda prevalecem, tendo contribuído para derrubar em mais de 50% a média mensal de homicídios, de sete casos por mês, para apenas três, atualmente. Com base nisso, ele conclui que “a violência do tráfico de drogas e do grupo de Ninha era preponderante para culminar nas mortes em Montes Claros”.<br>Ninha, para o delegado regional, é coisa do passado. Mas ele sabe que, a qualquer momento, surgirá outra pessoa para ocupar o lugar do traficante. E garante que, nessa ocasião, o esquema criminoso terá dificuldade em se rearticular, porque a polícia continua atenta e conhece melhor os caminhos e as ações dos criminosos, apesar de lutar com a precariedade da estrutura operacional. O ideal seria que ela tivesse mais 30 agentes policiais, 30 escrivães e 4 delegados. No momento, são 101 agentes, dos quais 49 trabalhando com 5 mil inquéritos relacionados com furtos, tóxicos, vigilância, juizado especial, crimes contra a pessoa e outros. Só de furtos e roubos, são 20 a 30 casos por dia, a cargo de 5 agentes.<br>Esse quadro de intensa movimentação de que fala o delegado é corroborado pelo comandante da 3ª regional da PM, o coronel Heli Gonçalves, também em entrevista. Ele fala em 6 mil prisões realizadas na cidade, por ano, o que corresponde à média de um preso a cada 1h15min. Não há lugar para alojar tanto criminoso, numa cadeia construída para recolher 140 presos que reúne 500. Um verdadeiro barril de pólvora, nas cercanias do centro da cidade, constituindo problema que o comandante espera ver solucionado nos próximos meses, quando será inaugurada a nova cadeia, projetada para 600 presidiários. Ele não esclarece, porque o repórter que o entrevistava não perguntou: quem garante que o novo presídio, em pouco tempo, não estará também com superlotação?<br>O comandante acredita na eficiência de ações paralelas que a PM vem realizando, como a “operação cavalo de aço”, focada na repressão ao uso de motocicletas para o crime. Já há números comparativos do trimestre junho-julho-agosto deste ano com igual período dos últimos três anos: a redução é de 83,33% em casos de morte em acidentes de trânsito. A inauguração do novo pátio da Ciretran, bem mais amplo, estaria contribuindo para a melhoria dos índices de criminalidade com o uso de motos.<br>Esse conjunto de medidas e informações otimistas leva o delegado Aluízio Mesquita a sonhar alto, apesar da evidente carência de recursos humanos e materiais. Ele faz referência à Scotland Yard, a legendária polícia inglesa (que recentemente assassinou o brasileiro Jean Carlos, confundido com terrorista) e diz acreditar que ainda verá a sua polícia civil como uma das melhores do mundo, “combativa e eficaz”.<br>O cidadão comum se contentaria com muito menos. Quer apenas o mínimo de segurança nas ruas do seu bairro. Um cenário possível a partir do momento em que as estatísticas se adequarem à realidade. Não custa sonhar...

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