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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Recorde indesejado

Tomando-se por base apenas os crimes de morte, 2007 já figura no calendário como o mais violento de todos os tempos na cidade. São 61 mortes que, projetadas nos dois meses e meio restantes, podem chegar a 70. Uma calamidade, considerando-se que a maior parte deles foi de execuções.
Como os índices de violência não se medem apenas pelos homicídios, há que se considerar ainda roubos, furtos, assaltos a mão armada em plena luz do dia nas ruas centrais, tráfico de drogas e outros itens, que levaram o próprio comandante da 3ª regional da Polícia militar, coronel Heli Gonçalves, a revelar que, em Montes Claros, são realizadas 6 mil prisões por ano, média de um preso a cada 1h15min. Ele, naturalmente, lançou mão da estatística para mostrar a eficiência da polícia na repressão ao crime, mas o dado permite outra leitura: se há tanta prisão é porque a criminalidade alcança dimensão assustadora.
É evidente que esses presos não ficam na cadeia. O máximo que a polícia faz, com a maioria deles, é proceder aos registros de costume e devolver esses infratores às ruas, para continuar delinqüindo e eventualmente sendo presos outras vezes. Um juiz de uma das varas criminais da comarca local referiu-se ao assunto, há algum tempo, adicionando detalhe que dá proporções ainda mais preocupantes ao problema da criminalidade: há centenas de mandados de prisão expedidos pela justiça que não podem ser cumpridos porque não há condições físicas para o recolhimento dos criminosos. Essa casta supera a dos ladrões que agem nas ruas ou nas casas fortificadas. Esses são autores de crimes que passaram pela fase de inquéritos policiais e já estão na alçada do judiciário. São criminosos com formação de culpa definida e que também estão soltos por aí.
Esse, aliás, é um ponto importante, que precisa ser esclarecido pela polícia civil. Em que pé se encontram as investigações para esclarecimento dos homicídios que têm acontecido na cidade ? Na medida em que eles vão ocorrendo, a polícia comparece ao local, recolhe as informações de praxe e os indícios de prova, a imprensa faz a inscrição na sua estatística macabra e, aparentemente, tudo se encerra com a já rotineira declaração de que se trata de mais um crime ligado ao tráfico de drogas. E ninguém mais volta a falar no assunto, nem mesmo os jornais dão notícia sobre o andamento dos inquéritos instaurados. Já são 61 assassinatos, totalizando mais de 150 nos últimos três anos, e não consta que o tribunal do júri esteja assoberbado de trabalho em função disso.
Em junho deste ano, a polícia anunciou haver desbaratado perigosa quadrilha chefiada pelos bandidos conhecidos como Ninha e Malboro, tidos como chefes do tráfico de drogas na região. Entre os presos estavam dois policiais do 10º BPM, o que dava ao episódio ingrediente especial, uma vez que esses militares, uma vez acusados de participar do esquadrão da morte, desvirtuaram as funções para as quais eram pagos pelo contribuinte. São duplamente criminosos. No entanto, até agora, não se tem notícia sobre o andamento do IPM a que devem estar respondendo esses bandidos fardados. O certo é que a prisão deles e dos demais integrantes da quadrilha, ao contrário do que se esperava, aparentemente não contribuiu para a redução da criminalidade na cidade. O narcotráfico continuou e as execuções sumárias até se tornaram mais freqüentes.
Não se pode dizer que o sistema de segurança tenha se omitido. Está havendo investimentos, como o centro de recuperação de menores, a construção da nova cadeia com capacidade para quase seiscentos prisioneiros, os preparativos para a instalação de câmeras em pontos estratégicos do centro da cidade. Mas tudo isso não parece ter sido suficiente para mudar substancialmente o quadro. A alegada falta de pessoal e a precariedade de equipamentos restringem muito a eficiência do aparato de segurança.
A esperança agora são as AISP ( áreas integradas de segurança pública), sistema cujo comando será instalado na antiga sede do Colégio Tiradentes e que prevê a ação conjunta das polícias civil e militar, com a divisão da cidade em quatro áreas. A expectativa é de que, com isso, haja mais agilidade no combate ao crime.

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