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Mensagem: Festa dos Catopês

Ruth Tupinambá Graça

Negro pulando
negro cantando,
negro dançando,
ao som dos tambores,
dos pandeiros
e o zumbido dos guizos

Lá vêm os catopés,
os marujos, os caboclinhos,
num colorido brilhante,
capacetes luzentes,
penachos coloridos,
fitas esvoaçantes,
balançando estandantes.

Preto velho, grisalho,
Assobiando sua flauta
invocando o passado,
com alegria simplória,
ele conta sua história:

Era uma vez ...
Um Rei, uma Rainha,
um Brasil longínquo, distante ...
havia muito ouro,
brilhantes, pedrarias.
Muito luxo e alegria nos sobrados,
só tristezas, maldades,
nas senzalas.

Era uma vez ...
Um Rei, uma Rainha,
Um Brasil distante, escravizado,
Amordaçado e explorado.

Os tempos mudaram,
ninguém mais acredita
que o Brasil de hoje
seja o mesmo de ontem,
que o negro de hoje
era outrora um escravo ...
gente que sofria escorraçada
gente que morria torturada!

Era uma vez ...
Um Rei, uma Rainha.
Os congados nos contam
Seus tambores nos lembram
hoje, somos iguais,
somos todos irmãos,
somos todos seus filhos meu amado Brasil.

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