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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: História de Papai Noel

Waldyr Senna Batista

Atropelado pela decisão do STF ( Supremo tribunal federal), que impôs a fidelidade partidária, tudo indica que o deputado Rui Muniz terá de postergar sua pretensão de disputar a prefeitura de Montes Claros. Depois de admitir renunciar ao mandato atual, se esse fosse o preço a ser pago para participar do pleito municipal do próximo ano, ele recuou e acabou retornando ao partido ( o Democratas) ao qual dizia jamais ter pertencido, pois se elegeu pelo PFL, que não mais existe. Algo parecido com a personagem da novela televisiva: voltou a ser sem nunca ter sido...
Como justificativa, alegou que não seria justo fazer a região perder um representante na Assembléia legislativa, pelo que negociou acordo com o ex-prefeito Jairo Ataíde, dono do DEM e também pretenso candidato na próxima eleição. Teria ficado acertado, entre eles, que será candidato aquele que melhor se apresentar nas pesquisas às vésperas da convenção que escolherá o concorrente do partido.
A não ser que acredite em papai noel, na mula-sem-cabeça e no saci-pererê, o deputado Rui Muniz não pode imaginar que alguém esteja levando a sério essa história. Nada indica que Jairo Ataíde irá ceder-lhe a vez, tendo o monopólio irremovível da legenda, a não ser que, por trás de tudo, haja outros atrativos. O próprio Jairo, em entrevista a jornal de Belo Horizonte, já cantou a pedra: pesquisa de opinião pública será apenas um dos quesitos a serem observados nesse suposto acordo, que influenciará substancialmente o quadro que se delineava para 2008. Não disse quais seriam os outros. Por enquanto, basta reconhecer que não é nada difícil produzir pesquisa ao gosto do freguês, tornando-se pouco viável o consenso sobre o grau de credibilidade de cada levantamento.
O certo é que Rui Muniz, empresário habituado a grandes negócios, está sendo compelido a concluir que, em política, as coisas diferem: enquanto no mundo dos negócios se pode estabelecer os contornos das operações em termos financeiros, com propostas e contrapropostas, em política, as leis eleitorais, principalmente, são rígidas, obedecem a prazos, impedindo que as situações se amoldem às pretensões dos personagens que participam desse jogo bruto.
Salvo engano - com licença pela comparação despropositada – Jânio Quadros foi dos raros políticos que conseguiram galgar os mais elevados postos do cenário político queimando etapas. De vereador a presidente da República, foram menos de 15 anos, com sucessivos mandatos sendo deixados pela metade, porque a ambição do político paulista ( nascido no Mato Grosso) não lhe permitia esperar. Aliás, inconclusa ele deixou até mesmo a presidência, pela renúncia. Rui Muniz, citando Juscelino Kubitscheck, também estabeleceu meta ambiciosa, propondo-se a alcançar o ápice a curto prazo. Com dois anos, descartou o mandato de vereador, e ameaçava largar o de deputado estadual, com menos de um, não fosse a interferência de alguém de bom senso, que o convenceu de que o fenômeno Jânio Quadros não se repete com freqüência. Deus seja louvado...
Foi então que ele acabou caindo na real, reconhecendo que tem mãos e pés atados pelas normas do sistema eleitoral, que vêm de ser modificadas em detrimento de seus propósitos. Em razão disso, deu o dito pelo não dito, rasgou a ficha de inscrição no PR ( Partido da república), assinada havia dias com pompa e circunstância, e, calçando as sandálias da humildade, foi pedir a benção ao morubixaba do DEM, Jairo Ataíde, que o acolheu e, matreiramente, se mostrou magnânimo ao deixar aberta a remota possibilidade de ceder a legenda ao antes concorrente e, agora, possível correligionário.
Num primeiro momento, essa suposta aliança favorece o ex-prefeito, mas vai depender de como se dará o desfecho dela ali por meados de abril do próximo ano, na hora do vamos ver. E, quanto ao deputado, até lá ele poderá continuar colado ao eufemismo da pesquisa prometida, que serve para dourar a pílula, mas que, qualquer que venha a ser a decisão final, vai confirmar que a candidatura a prefeito subiu no telhado...
Restaria a vaga de vice, que não se sabe se chegou a ser aventada: com ela o deputado poderia agregar votos, mas, ao mesmo tempo, inviabilizaria possíveis coligações.

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