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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 26 de novembro de 2024
 

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Mensagem: SEGUNDA VIAGEM NO JEEP 54 DE BIÔ MAIA<br><br>Inicio a segunda viagem, no exótico jeep 54 de Biô Maia, pelos Montes Claros ainda românticos dos anos 50. <br>Vejo os gestos calmos de Jaiminho Rebello, atendendo no balcão da Loja Colombo, os dedos cheios de anéis de brilhantes de Antonio Barreto, a pose de Oscar Gabriel dirigindo o seu Cadilac rabo de peixe, conduzindo como carona, Analhinha, a mais bela das damas da noite.<br>A boca babada de cerveja Pilsen, de Leonel Beirão, fazendo lobby político para a campanha de doutor Alpheu, no Mercado Municipal, o ensebado caderno de anotações de corretagem de gado, de Edson do bar e as empunhadeiras cheias de presilhas de metal do chapa Brigadeiro e sua aura de valente fanfarrão, as boinas azuis e a abertura lateral (?) das saias das alunas do Colégio Imaculada.<br>O cinturão de couro, tipo barrigueira, que Cintura Fina usava e a mancha branca, no topete de Leonel Cara Cortada. O elefantismo de seu Pascoal e sua senhora, no bar da estação ferroviária, a gesticulação obscena de Dedé dos Bodes.<br>O gesto de estou duro de Picolino, a mãozinha de Zoca Gontijo segurando a Cuba Libre, o dedo acusativo de Zé Mariane quando fazia perguntas do tipo besteirol. A mística de altruísmo fabricado e a pose de rico de seu Cursino do banco e a expressão de paciência do eterno sargento Piloto, com o inconfundível toque marcial da sua banda.<br>O Sinca Chambord azul herdado por Manoel Seriema e a sanfona oito gaitas do FNM de Lourinho, tocando Asa Branca serra abaixo. A classe de Áflio Mendes vestindo o seu uniforme de major do Exército e o dedilhar romântico do violão do saudoso Antonio Augusto Soldado, irmão de Théo Azevedo.<br>A cara de falsidade daqueles dois casais, falsos ricos, à borda da piscina do AC, dizendo que só passam férias na Europa, quando o fazem na roça. O smoking engomado de Valério, a copa toda branca do seu restaurante e a boca de Pedro Mentira falando uma verdade temporária, no pátio da REFFSA.<br>O bico de lata decorada da flauta de madeira com a qual imitava o Mago de Merlin, a atiradeira certeira de Lucídio Cutelo feita de borracha vermelha de câmara de ar de bicicleta sueca e a blusa buclê das meninas chiques!<br>A pose do cachimbo do meu amigo Walter Lins, com seu chapéu Cury e a agenda de garotas de programa de Marinho Luxúria, piloto mignon de monomotores e de Boeings sensuais, a coleção de pingas suspensas do bar de Nelson Vilas Boas.<br>O relógio de pulso com o mostrador virado para dentro de Walmor de Paula quando estava zangado e a cesta de vime de Emanuel Pinto, carregando um 38 cabo de madrepérola e um pacote contendo algum agá, para negócio e uma firmação para a encrusa.<br>A pança de Zé Amaro, a pontaria certeira de Luiz Jabur e a farra de Tinin e Luiz Milton, cheios de vodka dançando can can pelados, enquanto Alberto Graça (também pelado) tocava piano. O jumento Geminiano que marcava as horas intumescendo a genitália, no pátio da Mariflôr.<br>O gingado de Tião do Banco se equilibrando enquanto dançava um bolero na pista sintecada da Boate Maracangália, o relógio do Mercado Municipal dando as horas, o sino da matriz de Padre Dudu e o apito da sirena a vapor, da Fábrica de Óleo Mariflor. A cara de ciúme de Arlindo Tiririca, quando namorei a sua musa secreta.<br>Gal, amigo e empregado de Biô Maia, ao falar com ele num telefone baquelita preta Siemens pela primeira vez na vida: Ué! Como é que cabe seu Biô aqui dentro! Em seguida, arrancou as veias e artérias daquela estrovenga, buscando salvar o patrão!<br>Tempos que não voltam mais, tempos em que éramos felizes e não sabíamos!- como dizia o eterno Ataulfo Alves...

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