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Mensagem: Lideranças rurais se reuniram ontem no Parque de Exposições João Alencar Athayde para tratar do problema que está deixando produtores à beira de um ataque de nervos: a mais forte seca que já se viu na região nos últimos 50 anos. As conclusões do encontro foram óbvias e já alertadas aqui deste mural: o governo até agora não se lixou para o problema e o norte de Minas corre o risco de se transformar num cemitério de bovinos a partir de junho/julho. O presidente dos sindicatos rurais da região, Júlio Gonçalves Pereira, prevê que morrerão mais de 500 mil reses, caso perdure a situação atual, de falta de chuvas e de completa omissão dos governos federal e estadual. Já o presidente da associação dos irrigantes do norte de Minas, Orlando Pereira, pede o que também já foi alertado daqui: ou o governo concede energia elétrica mais barata para os produtores rurais da região, ou quem tiver irrigação vai ter que parar. Deve-se, neste caso, atentar para um detalhe importante: nesta época, ou melhor, desde novembro, o normal seria os irrigadores estarem mesmo parados, por causa das chuvas. Mas como praticamente não choveu, quem pode vem irrigando suas lavouras para não perdê-las. Só que nos meses nos quais a conta da Cemig deveria vir zerada, representando uma economia para os produtores, isto não está acontecendo. A fatura, altíssima, continua chegando. E como a situação, a cada dia que passa vai ficando mais angustiante, pois a natureza tem um ciclo do qual não adianta querer fugir, os produtores sabem que quando o governo resolver se mexer, vai ser tarde demais. Se prorrogar dívidas e abrir novos financiamentos ajudaria há dois meses atrás, hoje já não resolve muito. Se financiar plantio de cana e capineira há 60 dias atrás teria sido uma grande ajuda, hoje está quase inviável. Se uma revisão para baixo nas tarifas da Cemig e no ICMS também poderia ter sido um estímulo antes, hoje ajuda mas não resolve. Ou seja, o governo deixou a situação chegar a um ponto tal em que até as soluções vão ficando cada vez mais difíceis. Falta de alerta não foi, pois o assunto vem sendo tratado pelas lideranças rurais com os governos desde o mês de novembro. Mais uma vez confirma-se a sina do norte de Minas e uma das razões de seu atraso: os governos ignoram completamente a região, mesmo quando a situação é desesperadora como agora. E nossos políticos, Deus me livre... o jeito é apelar mesmo para São Pedro!
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