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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O ENTERRO DE JK

Montes Claros, 1955, o pé de valsa Juscelino Kubistchek, então candidato ao cargo de governador do Estado de Minas, fazia promessas de campanha. Assegurava, se eleito fosse, trazer para a nossa escura urbe geradora de energia elétrica, movidos à diesel.
Já como governo e novamente em campanha agora para Presidente da República discursava da sacada do Hotel São José, do exótico e saudoso Juca de Chichico. Gesticulava como Charles de Gaule, sonorizava como Getúlio, com grandes gestos teatrais e tome promessas e mais promessas...
A praça pululava de gente, toda bem vestida conforme requeria a ocasião, quando da rua Camilo Prates um forte alarido anunciou a passagem de uma passeata de estudantes de ginásio, oriundos do Instituto Norte Mineiro de Educação, à frente do movimento, Joãozinho de Almeida, Lazinho Pimenta, Márcio e Quitú.
Gritavam palavras de ordem contra o governador e cobravam com razão as promessas de campanha feitas pelo mesmo em sua anterior visita a nossa urbe. Formavam uma rumorosa passeata, carregando um caixão de defunto, num enterro simbólico do governador.
O efetivo policial militar, de então, tenente Coelho, um cabo e quatro soldados chegaram armados, apontando ameaçadoramente os fuzis para os manifestantes, paralisando a passeata. Deram vozes de comando aos populares que já aderiam ao movimento, afastando-os.
Pra melhor efeito e demonstração de poder e força, o oficial deu uma rajada de metralhadora Ina direcionada para uma grande parede de adobe que cercava o terreno dos Pereiras, ao lado do logradouro.
Morador próximo, meus pais deixaram que fosse sozinho assistir o comício. Com os disparos, a turba desenfreada provocou um tumulto. Estabelecido o pânico, era cada um por si.
O meu tio Lero Reis, grande e forte boxeador carioca apareceu, de repente, apanhou-me e me conduziu levando-me por cima da turba. Colocou-me em segurança no lar.
No tumulto, a multidão se dispersou e Quitú, como era grande e gordo, ao se esconder em um forno no fundo do quintal de uma casa próxima ficou entalado. Duas pernas balançando do lado fora pedindo socorro com seu vozeirão de Tim Maia.
O incidente deu pano para manga! Foram seis meses de dissse-me-disse, que alimentou a conversação das rodinhas, efetivando com antecipação de duas décadas, uma amostra do efeito produzido pelos atuais balões de ensaio fabricados na boca maldita dos Montes Claros: o Café Galo!
Lá, concorrido ponto de encontro localizado no centro nervoso da cidade, os balões de ensaio de natureza política são lançados por Jadir em pessoa. As bombas voadoras contando notícias quentes são de produção do empresário Mauro, ao divulgar as informações fornecidas pelo popular Arnaldo Maravilha. Estes estão sempre de plantão no Senadinho do Jadir.
Nós temos história, somos da roça, mas somos chiques!

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