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Mensagem: Devido às intermináveis obras da praça da Matriz, uma pista da avenida coronel Prates - a do lado da antiga prefeitura - será interrompida durante as Festas de Agosto. Não exatamente para proteger e prestigiar os catopês, marujos e caboclinhos, que há cerca de 180 ANOS colorem as ruas com a mais arraigada manifestação cultural da cidade, a mais autêntica, a que emocionou, emociona e emocionará gerações de montesclarenses desde que a cidade tinha cerca de mil habitantes, minúscula aldeia. Uma das pistas da antiga avenida da Estrela, ou do Jatobá, como era chamada em tempos diversos, será interrompida para que o Festival Folclórico, uma invenção dos anos 80, com menos de 30 anos, ocupe o local, com apresentações que em nada valorizam a cultura dos Catopês, os grandes esquecidos nos tais festivais. Os catopês, marujos e caboclinhos não se cansam de, humildemente, se queixarem em voz baixa desta concorrência oficial, do estado, que quase sempre se resvala em oportunismo político das sucessivas administrações. Nada contra o festival como foi formulado na origem, cheio de boas intenções. Apenas espera-se que eles venham de fato prestigiar a Festa de Agosto, histórica, limpa, genuína, e não esvaziar a tradição dos dançantes, no desvario de comes e bebes, bebedeiras. Sobre as obras na praça da Matriz: até agora poucos entendem o que está acontecendo de fato ali, ou que vai acontecer. Um horroroso tapume de metal chumbo subtraiu a praça da população, há meses. O que sobrou da grama foi removido, árvores doentes foram eliminadas, e o que virá ninguém sabe o que virá. Mistério. O projeto não foi mostrado a ninguém, se é que existe am algum lugar. Uma empresa arcará com os custos, mas por algum motivo o serviço não começa, ou se começou tem pouquíssimos dias, quando lá passei. A praça da Matriz, tristes tempos, transformou-se num imenso mijatório. Em alguns pontos, o cheiro recende. Há receio de que seja desfigurada ao fim desse estado de sítio em que se encontra há meses, muito mais que seis, sem que se saiba exatamente o porquê da hesitação. A praça, todos esperam, precisa ser devolvida à sua cidade, iluminada, limpa, reconciliada com sua história, onde as crianças possam brincar outra vez. E bem iluminada, por favor.
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