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Mensagem: Só agora, retornando do trabalho, leio com atenção, repetidas vezes, esta mensagem do engenheiro José Alves Gusmão, de Uberlândia, que presumo seja o encarregado das obras na Praça da Matriz. Agradeço-lhe pela atenção. Afinal, é alguém que responde às nossas muitas indagações, feitas aqui mesmo, sobre o destino que aguarda a nossa Praça Dr. Chaves, a Praça da Matriz, marco inaugural da cidade. Obrigado. Contudo, lastimo o tom da resposta, que de antemão perdôo. O doutor engenheiro de Uberlândia fala assim: “Ela é uma obra particular, com apoio da prefeitura, está sendo reformada, e muito bem reformada,...”. Peço licença para dizer – é obra particular, que seja, mas a praça é pública, é nossa, e temos mais do que o direito, mas a obrigação, o dever profundo, indeclinável, de acompanhar o que acontece ali atrás daqueles tapumes, pois ela é a nossa praça, uma parte entranhada da nossa história, da história dos nossos Pais, da história de nossos Filhos, da história que também será a história dos nossos Netos. Engana-se quem possa achar que a praça é da prefeitura ou da empresa que no lugar da prefeitura vai reformá-la. Conceda-nos, senhor doutor: podemos, sim, falar sobre a praça, ainda que o serviço seja, como o senhor alega, “particular”. Ainda não duvidamos que o serviço não esteja bem feito, como afirma, porque a rigor nada existiu ali, até dias atrás, se não um, repito, horroroso tapume que suprimiu e subtraiu a praça do uso da população já por tantos demorados meses, sem que nada se apresente. Arrancaram gramas e árvores doentes. O que mais fizeram , pode nos dizer, por favor? O senhor sugere que eu passe por lá e que entreviste algum engenheiro da obra. Farei isto. Muitos farão isto. Até aqui, neste alargado tempo que passou desde que a praça nos foi vedada, vi apenas desolação aonde deveria haver obras. Vi também que muitos, numerosos, passaram a usar a praça como mictório, mijatório doutor, e o cheiro que de lá sai não permitirá que o senhor de novo ponha em dúvida o que digo. Agradaria sim, e muito, aceitar o convite para ver o projeto. mas, não seria melhor mostrar para todos? Estamos ansiosos para conhecer o projeto, e já faz tempo. Somos cidadãos, temos o direito. Só que, aqui neste espaço de democracia e de resistência, muitos já pediram para ver o projeto, e ele jamais apareceu. Existirá o projeto que possa ser visto? Talvez tenha surgido por último. O senhor, doutor, ainda acrescenta: “Não tem necessidade de dizer para o povo que a praça está abandonada.”. Respondo: gostaria imensamente de dizer o contrário, dizer que a praça afinal foi devolvida salva aos donos, nós, a população, mas isto ainda não aconteceu, e foi exatamente a razão de minha nota. Não leve a mal o tom apreensivo do pedido. É que amamos nossa terra, como desejamos que o senhor por seu tanto tenha igual profundo amor pelas coisas da bela cidade que nos presenteou com sua presença. Ajude-nos, doutor. Não permita que a Praça da Matriz se perca e se desfigure. Isto doerá em nossos corações. E apagará muitas das lembranças que recolheram nossas retinas cansadas, e algo desesperançadas.
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