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Mensagem: LEONEL BEIRÃOEle era um meteorito de energia, dotado de uma verve própria! Agia e reagia com extremado senso de humor a tudo e a todos. Onde ela estava, havia agitação na certa. Jogo de cintura, cara amarrada escondendo um mestre do humor e da quizila.Era daqueles que dormia com um olho fechado e outro aberto. Chegava a ser cabotino.Na vida, foi de tudo: engraxate, carregador de malas, barbeiro, propagandista comercial, dono de funerária, cabo eleitoral, lobista político.Criou a famosa Boneca de Leonel, uma enorme boneca cabeça de papelão e roupa de chita.Copiou o modelo dos bonecos do carnaval em Olinda.Por décadas promoveu o marketing das Casas Pernambucanas, no Norte de Minas. Festeiro e filantropo, Leonel enterrava de graça os que morriam e a família não tinham condições de arcar com as despesas do funeral.Consta que, certa feita, ao retornar de uma viagem tomou conhecimento de um pobre defunto enterrado sem o caixão. Desenterrou o de cujus e o enterrou de novo, com o caixão de praxe.Leonel era propagandista da Cervejaria Antarctica, promovia a venda do casco verde. Tinha uma quota 0800 para beber e patrocinar rodadas de cerveja Antártica em bares.Promoveu um banquete na sua residência na avenida que hoje leva o seu nome, Leonel Beirão de Jesus, quando convidou a equipe médica, enfermeiros, provedores de hospitais, políticos, comerciantes e empresários da comunidade.A galera do bairro Morrinhos sabendo desse maior 0800 se agrupou e foi chegando no pedaço. Leonel, conhecedor da operosidade da galera, saiu fora, juntou os penetras e sentenciou: A festa é para a alta sociedade. Vocês aqui vão enxovalhar a minha casa. Voltem no c´. da madrugada para lamber a sobra. E estamos conversados!Como Leonel era direto nas suas abordagens, acabava arranjando confusão da grossa. Debatendo com cabos eleitoras da oposição ao seu partido, o PSD, terminou engalfinhado com um cabo eleitoral. Detido por uma dupla Cosme e Damião, estava sendo levado para a carceragem da rua Doutor Veloso.Como era sutil e malicioso Leonel falou aos policiais militares: não me levem pela rua Doutor Santos que estou com vergonha de passar em frente à casa do Doutor Alpheu de Quadros. O policial retrucou: pois vamos passar com você exatamente na porta dele para lhe humilhar o moral.Dito e feito. Quando passava em frente à casa citada, Leonel deu um safanão na dupla e pulou para dentro do jardim do líder político e grande médico.Sabedor do enorme prestígio do Doutor Alpheu de Quadros, de sua força moral, vendo-o já à porta, Leonel falou com boca de muxoxo: Cadê a valentia docês seus cuias! Quero ver é agora! Pulem para dentro se tiverem coragem! Nada aconteceu.
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