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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Minas nos Gerais

Quem pretenda considerar o “Gerais”, que integra o nome do Estado como o “Gerais”, região desprovida de desenvolvimento e, como conseqüência, sem mineração, é bom observar, como lembra Roberto C.. M. Santiago, da Academia de Letras de Salinas, que “o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas (INDI), órgão do governo mineiro, acha que é grande o potencial para exploração de minério de ferro nas cidades de Rio Pardo de Minas, Grão Mogol, Porteirinha e Salinas. O levantamento despertou o interesse de grandes empresas do setor de mineração. Um dos projetos prevê investimentos de 2,4 bilhões de reais nesses municípios, podendo gerar 3 mil empregos. A reserva do Norte de Minas, que seria a maior do Brasil em área contínua, tem potencial de 10 bilhões de toneladas de minério de ferro, com teor de 35% a 45% (o teor do Quadrilátero Ferrífero, região próxima de Belo Horizonte, é de 68%)”.
Itamaury Teles, em artigo que veio à luz através do “minaslivre”, informa com espanto, com nosso apoio, serem absurdas e incorretas “as tentativas da criação do “Dia dos Gerais”, cuja Proposta de Emenda à Constituição, de autoria da deputada Ana Maria Resende, começa a tramitar na Assembléia Legislativa”. A iniciativa atende a reivindicações da AMAMS e do Movimento Catrumano, e prevê a transferência simbólica da Capital do Estado para o município de Matias Cardoso, como já acontece com o “Dia de Minas”, em relação a Mariana”.
Esse projeto não merece crédito, por carência de amparo histórico.
E prossegue Itamaury: “O que chama a atenção nessa história é que, segundo o historiador João Batista Costa, o município norte-mineiro foi fundado em 1695, um ano antes de Mariana, embora esta seja considerada o berço da ocupação mineira. Como que para não ferir susceptibilidades, propõem agora uma solução salomônica, dividindo o Estado em dois: As “Minas” de um lado e os “Gerais”, de outro, como se dois substantivos fossem, esquecidos de que “gerais” é adjetivo que qualifica nossas minas abundantes e diversificadas, inclusive nesta parte do Estado (diamante, ouro, manganês, zinco etc)”
Teríamos nós, norte-mineiros, efetivamente o atávico complexo de vira-latas, habitantes inferiores de um mesmo Estado?
Em comentário de aprovação ao artigo de Itamaury, escrevi que Matias Cardoso efetivamente é uma comunidade mais velha que Mariana, a primeira povoação do homem civilizado em terras de Minas Gerais, todavia, Mariana foi a primeira capital de Minas e essa condição, de natureza oficial e histórica, não pode ser mudada, nem mesmo através de lei.
Nesse ponto temos que reconhecer que o Movimento Catrumano, embora legítimo, está em rota de colisão com a verdade histórica. A cidade Matias Cardoso deve ser reconhecida como a mais antiga povoação do homem civilizado em terras mineiras, mas nunca como ´capital´ dos ´Gerais´, como se ´Minas´ fosse o Sul e ´Gerais´ o Norte. As Minas efetivamente são muitas ou eram muitas, dai o nome dado ao Estado. O lugar das minas gerais.
Os ´Gerais´, como entendido geograficamente, não pertencem só ao nosso Estado. Ele se estende por Goiás e Bahia e não é esse ´Gerais´ (substantivo), que o Aurélio registra como “Campos do Planalto Central”; “lugares desertos e intransitáveis, no sertão do Nordeste”, que integra o nome do nosso Estado.
Como simples observação, devemos lembrar que a vila de Ribeirão do Carmo foi fundada efetivamente em 1703 e em 1745 a Vila do Ribeirão do Carmo foi elevada à condição de cidade, com o nome de Mariana. Enquanto o povoado de Morrinhos, depois Matias Cardoso, foi fundado bem antes.
Brasiliano Braz (1977:42), como transcreve o historiador Eduardo Rodrigues da Silva, afirma que “Matias Cardoso desceu o São Francisco com um exercito de 600 homens acampou em Morrinhos e ai esperou o cel. João Amaro que veio no ano seguinte [1691] com igual número de combatentes (...) Terminada a campanha, o tenente general fixou-se em Morrinhos.
Mariana, a esse tempo, não existia, mas foi a primeira capital oficial de Minas Gerais. Assim, sou levado a ficar com Itamaury Teles. Sem pretender retirar de Mariana uma condição histórica, que o “Dia de Minas” seja comemorado em Matias Cardoso, sem os atributos de “Capital dos Gerais”.

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