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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A BANDA DOS LARGOS
(série Melo Viana)

Um fato exótico, digno de nota na rua Melo Viana é o fator sorte grande na loteria. Tomando a via em sua extensão de extremo a extremo, do lado direito de quem sobe vindo do centro são sete quadras até o vértice do morrote que confere nome ao bairro onde está localizada a sede do montesclaros.com.
A coincidência de ganhar em loterias só acontece com os moradores do lado direito da rua, como bem observou Manoel do Bandeira 2. As quatro primeiras quadras é a banda dos largos, onde a sorte passa e fica. Deixa os felizardos abarrufados de grana alta!
Senão vejamos: O primeiro a ficar rico por aqui, e por obra da buena dicha, foi o Timbira, balconista da extinta Farmácia Droganorte, que funcionava onde hoje é a sinuca gerenciada por Ferrim das Formiguinhas. Encheu o bolso e gramou o beco, para São Paulo. Vazou fora evitando os falsos amigos.
Logo mais alguns metros a sorte achou Gêga Barbeiro, sócio de Milton no salão. Esse deu no pé com o bolso cheio de grana e foi curtir praia e muita mulherada no Rio de Janeiro. Uma porta à frente e o bem lançado Valdir Aguiar, filho de Virgílio do Restaurante Bandeirante teve o seu dia de sortudo. Apanhou um primeiro prêmio da federal e correndo dos meletes vazou da cidade.
Manoel do Bandeira 2, que comprou o restaurante do Virgílio, o sucedendo no ponto, adquiriu um bilhete e fui abarrufado pela loteria Federal. Hoje próspero pecuarista e hoteleiro. Aplicou e se deu bem.
Logo na primeira esquina, da primeira quadra, o comerciante Antônio Condeúba foi visitado pela sorte grande. Seu vizinho Jason do Caldo de Cana, após a linha férrea, ganhou na Federal e aplicou em imóveis. A coisa rendeu e, ao falecer, quase centenário deixou cento e vinte imóveis residenciais e comerciais para os herdeiros.
Mais alguns metros e dona Yolanda que vendia verduras no quilo, comprou um bilhete inteiro e ganhou na sorte grande. Deu no pé. A sorte continuou e mais a frente achou o serralheiro Levi Pimenta. Acertou sozinho uma quadra da loteria federal e entrou para o ramo da pecuária e da construção civil.
A sorte ficou na sua casa e posteriormente sua saudosa esposa veio a ganhar duas vezes na Loteria Federal.
Uma farsa. Manoel Quatrocentos espalhou que havia ganhado e não ganhou. Foi vítima de vizinhos encapuzados que invadiram o barraco atrás de grana. Quase bateu a caçoleta!
Enquanto tocava o seu saxofone fazendo comerciais como bico, o alfaiate João Tintureiro ganhou o primeiro prêmio da Federal em dois bilhetes inteiros. Como os outros, limpou o beco. Macaco é 17!
Jorge do cafezinho, cochilando e pescando piabas, como sempre, no balcão, foi acordado pelo cambista e acertou na cabeça da Loteria Federal. O fato repetiu-se por duas vezes.
Haroldo do Destak, trabalhando no Bar por cinqüenta anos e cumprindo as suas obrigações como pai de santo abocanhou um prêmio da Azulzinha do Trenzinho e montou o seu próprio bar e restaurante. Bolso cheio de vento, amigos foram ajudados. Molhou a mão dos mais próximos.
Haroldo recebeu o seu Exé em Livramento na Bahia e vai montar um gongá de magia. Vai se chamar “Pain de Biriba”. Já que ele corre ”gira” vamos fazer uma firmação junto ao mesmo, visando à mega-sena acumulada!
Um dos ganhadores citado na crônica está na tábua da beirada. A esposa fez tantas e muitas viagens a sua cidade natal, nos últimos trinta e cinco anos para mostrar grana e “fobar” com a cara de conterrâneos pobres que gastou todo o dinheiro. Ele deixou correr frouxo e agora está urrando. Afora a casa de morada está no maior “miserê” e a um passo da eternidade!
E para terminar a crônica sem encerrar o fator sorte do lado direito da rua, o lado dos largos, um genro de Hélio Carneiro acertou a quina. Os demais moradores desse lado da rua aguardam a sua vez. Esse cronista inclusive! Os cambistas quando sobem o morro, vão pelo lado direito. É o lado onde tem os botecos, as fubuias desdobradas e a sorte grande. Axé!

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