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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Em nome do pai Waldyr Senna Batista Apesar de não estar em jogo mandatos municipais, a precampanha para a eleição do próximo ano já mexe com a base de apoio do prefeito Luiz Tadeu Leite. Os efeitos disso logo se farão sentir. Mas, pelos indícios até agora detectados, o grupo não terá o mesmo perfil depois da disputa, qualquer que seja o resultado. O prefeito venceu a eleição de 2008 contando com frente ampla integrada por legendas que se agregaram sem que fosse firmado compromisso de reciprocidade em termos eleitorais. Havia, no máximo, a clássica expectativa de que a retribuição se daria na forma de participação na administração, segundo o grau de importância de cada legenda. Essa aliança envolveu deputados estaduais que tinham em comum o propósito de impedir a reeleição do então prefeito Athos Avelino e, ainda que não confessassem, também o objetivo de beneficiar-se dos votos que seriam liberados com a retirada do deputado que se elegeria prefeito. Ninguém contava, naquela ocasião, com o fato novo que é a candidatura de Tadeu Filho, que se revelou logo que o pai dele tomou posse na Prefeitura. E como não havia acordo formal, nenhum dos comensais pode agora alegar deslealdade diante do que está acontecendo. Neste sentido, o prefeito age lisamente, inclusive se seu propósito for o de preservar seu patrimônio eleitoral. Nada mais do que herança de pai para filho. Uma transição que se processará cercada de riscos naturais, pois se trata de candidato neófito e praticamente desconhecido. O insucesso causará danos á imagem do patrono, enquanto a vitória revelará a capacidade deste de transferir votos. Por razões notórias, o prefeito Luiz Tadeu Leite só tinha explicações a prestar ao deputado Gil Pereira, marido da vice-prefeita, Cristina Pereira. A composição que originou a chapa, na eleição municipal, não era extensiva à disputa pela Assembléia, mas poderia ter sido assim entendida, presumindo o deputado que ao menos fosse distinguido com tratamento privilegiado no que se refere ao espólio eleitoral que se produziria. Votos que não lhe fariam falta, já que há vários mandatos ele ocupa a posição de majoritário no município. A suposta votação adicional apenas reforçaria essa condição. O procedimento protocolar foi cumprido pelo prefeito, que convidou o deputado para conversa (não se sabe se a vice-prefeita esteve presente). No encontro, Gil Pereira ouviu mais do que falou, não constando que tenha formulado reparos ao projeto que lhe foi apresentado, até porque não caberia. Depois de se explicar, e certamente julgando haver convencido seu parceiro até então, o prefeito teria manifestado o desejo de que a chapa formada para a eleição passada seja preservada para a disputa da reeleição, dentro de três anos. Segundo interlocutores privilegiados, o deputado foi comedido nos comentários a respeito da conversa com o prefeito, mas não conseguiu disfarçar o sentimento de decepção que passou a dominá-lo, e pode até motivar estremecimento entre os dois políticos, envolvendo a sempre discreta vice-prefeita.Nessa eventualidade, se instalaria crise na administração. Quanto ao candidato Tadeu Filho, do alto dos seus vinte e poucos anos, desenvolve atuação que se espera de qualquer candidato em sua situação. Tem sido visto constantemente ao lado do pai, que amealhou quase 30 mil votos quando de sua eleição à Assembléia. Acervo nada desprezível, que não garante a eleição pela legenda do PMDB, mas constitui excelente impulso. Resta saber como serão conquistados os votos que faltam, numa área a esta altura bastante congestionada. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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