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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Quando leio sobre a violência que campeia na cidade, conforme indicam as mensagens, de conteúdo às vezes terríveis que são apresentadas neste Mural, penso como é difícil prestar atenção nos defeitos de quem gostamos. Mas Montes Claros tem seus defeitos como tinha espaços que nos metiam medos. Lembro-me, em particular, porque do outro lado da Praça da Matriz, onde morava, que ao lado do casarão dos Tolentino (hoje derrubado), havia um terreno cheio de mato e fechado com cerca de tábuas altas, como prenuncio de construção. Ali, dizia-se, e muitos poucos corajosos foram lá certificar (Juquita, Facella, Zequinha...), que ali morava, dentro de uma garafa de vidro bem velha, o espírito do demônio. Este, se molestado, levaria o intrometido para ´as profundas´... Outro local que marcou época foram os fundos da Catedral. Falava-se que antigamente havia ali um cemitério. Mas o que tornou o lugar maldito, na nossa imaginação, foi o assassinato com requintes de cueldade de um homem que por ali resolveu parar numa madrugada. O sangue escorrido, diziam, pedia vingança nas noites escuras de lua minguante. Lembrei-me agora de um outro espaço que metia medo: era lá nos ´paus pretos´, região que parecia ficar muinto afastada da cidade... Bem depois do cemitério, e onde, dizia-se, almas penadas vagueavam à noite a procura de vingança. Nossa, lembrei-me também que metia medo pular nos poções do rio Vieira lá no Melo, depois do Seminário, pois na água haviam raizes de bambuzais e era só mergulhar para se enroscar nos seus minúsculos e fortes filamentos e nunca mais subir para respirar... É, hoje foram os meus medos. Ontem foram os de vocês, inconformados, e justamente, com a violência gratuita que campeia na nossa Montes Claros. Se alguém se lembrar de outros espaços que metiam medo, que venha para a liça.

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