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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Recado dos marginais Waldyr Senna Batista O recrudescimento do número de homicídios na cidade, na primeira semana do ano, não invalida as perspectivas otimistas das autoridades do setor, que festejaram a queda de 30%, nesse quesito, durante o ano passado, em relação ao período anterior (de 93 para 63 casos). Em uma única semana, o total de assassinatos igualou-se à média mensal de 2009, fato que pode ser interpretado como uma espécie de recado dos criminosos, de que não se dispõem a ceder e, por isso, a polícia não deve afrouxar nas medidas repressivas que permitiram os bons resultados. As estatísticas mostraram apenas tendências de melhora, não havendo certeza de que a situação esteja consolidada. O delegado Giovani Siervi Andrade, responsável pelo controle estatístico de homicídios, ainda em dezembro, apostava na tendência de redução do número de casos em 2010,lembrando que, em dezembro de 2008, foram registrados 13 assassinatos, enquanto em todo o trimestre de 2009 as ocorrências totalizaram 12. Mas, estatísticas nada mais são do que a fotografia de determinado momento e assim devem ser tomadas, pois não influenciam o que está por acontecer. O próprio delegado adverte: “Os números favoráveis e a tendência de redução não devem ser motivo para que as instituições de segurança pública se deem por satisfeitas. È necessário continuar o trabalho.” E esses números, a rigor, não são tão animadores, se se tomar por base critérios internacionais de avaliação, que utilizam parcelas de 100 mil habitantes. Nesse caso, Montes Claros situa-se em posição constrangedora. Haja vista que, na cidade de São Paulo, com 12 milhões de habitantes, em 1999, a média foi de 36 casos, tendo baixado para 11, em 2008. Nos Estados Unidos, esse índice é de 6 (7 em Nova Iorque). E, na Europa, os países mais desenvolvidos apresentam taxa de 3 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes. Montes Claros, com menos de 400 mil, deveria ter menos de 4 casos, e alcançou 63 ao final do ano passado, resultado ainda assim recebido com entusiasmo. O delegado Aluizio Mesquita também aplaude os resultados de 2009 e os analisa: nenhum dos 63 casos teve como vítima idosos e crianças; apenas 3 foram latrocínios (roubo seguido de morte); 65% dos casos já foram apurados, com autorias identificadas; enquanto os 21 restantes estão em apuração, com indícios e informações avançadas, diz ele. Pelo menos com base no noticiário da imprensa, não se conhece os nomes desses suspeitos ou acusados e nem se tem notícia do andamento de processos no Judiciário. Via de regra, o que os jornais divulgam, repetindo certamente informações policiais, é que os crimes, com raríssimas exceções, têm ligação com o uso e tráfico de drogas. Reforça essa suspeita o fato de a maioria das vítimas serem jovens, executados a tiros. Mas o quadro de violência não se restringe a essa modalidade. Assaltos a mão armada, arrombamentos de residências, furtos de veículos e outros da espécie alcançam índices alarmantes na cidade, ao ponto de ter transformado hábitos e costumes da população, que se protege com muralhas fortificadas por cercas elétricas e sistemas de alarme. Nesse setor da criminalidade, principalmente a polícia militar tem deixado a desejar, munida de forte aparato, que inclui até vigilância eletrônica e helicóptero. A incidência de crimes nessa área é tão grande e o índice de apuração tão insignificante, que grande parte das vítimas já nem formaliza boletim de ocorrência. Seria o caso de as autoridades policiais darem à divulgação os números disponíveis, especificando os índices de resolução, como tem ocorrido nos casos de homicídios. Até agora, apesar da presença efetiva da polícia nas ruas, a população não pode desfrutar da chamada “sensação de segurança”. Porque, de fato, não está segura. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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