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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 22 de novembro de 2024
 

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Mensagem: TIRO DE GUERRA JOSE PRATES Lendo agora o Montesclarosnoticias, parei na mensagem de Flávio Pinto falando sobre o Tiro de Guerra, porque tem a ver comigo, não como “atirador”, mas, como instrutor auxiliar, no inicio dos anos cinqüenta, primeiro com o Sargento Alaor, depois com o Sargento Menezes e por fim, com o Sargento Benicio. Muitos atiradores daquela época podem não existir mais. São cinqüenta anos passados que, com toda certeza, não fizeram os que ainda existem esquecer os momentos alegres e ás vezes pitorescos na sala de aulas ou nos exercícios de campo que eram feitos ali mesmo, na Praça da Estação, ainda sem pavimentação. Da turma, o único de quem ainda me lembro bem é João Leopoldo. Os Tiros-de-guerra daquele tempo, como os que ainda existem hoje, têm uma história longa e bonita. É uma experiência brasileira que nasceu, segundo registros, em 7 de setembro de 1902, quando Antônio Carlos Lopes fundou, na cidade de Rio Grande-RS, uma sociedade de tiro ao alvo com finalidades militares e, depois de 1916, foram impulsionados pela pregação patriótica de Olavo Bilac - Patrono do Serviço Militar, originando, então, uma espécie de escola de formação de reservistas de segunda categoria. Isso permitiu evitar o êxodo rural para atender à obrigatoriedade do serviço militar nas capitais, onde estavam as unidades militares do Exército Nacional. O Tiro de Guerra , enquanto existiu nas cidades interioranas, desempenhou um papel de grande importância na vida do jovem que prestou o Serviço Militar, participando, efetivamente, do esforço de promover a Segurança do País. Durante a prestação do Serviço Militar, matriculado no TG, o jovem passava por um amplo trabalho educativo, calcado em ensinamentos de moral e civismo, mesclado ao espírito de corpo, de sã camaradagem, autoconfiança, disciplina, segurança em suas próprias ações, responsabilidade, sentimento patriótico, etc, além de não impedir o exercício de suas atividades civis que não sofriam solução de continuidade. As instruções militares eram desenvolvidas de forma que permitiam a continuidade dos compromissos profissionais, estudantis e ainda mantinham o jovem no convívio da família. Portanto, suas responsabilidades aumentavam, o que lhe desenvolvia o aprimoramento do caráter e fortalecia a personalidade do cidadão útil e íntegro, pois a segurança da Pátria democrática e a segurança da família se entrosavam e se completavam. As instruções militares propriamente ditas ministradas em campo aberto eram elementares, quase exclusivamente ordem unida, por falta de espaço e condições para outras manobras mais avançadas, tipicamente militares. A formação do Sargento Instrutor de Tiro de Guerra desde aquele tempo e até hoje, pois, em alguns lugares eles, ainda, existem com a mesma finalidade, passa por cursos de relações humanas e alguns outros que lhe capacite à educação militar e cívica do atirador, porque o Tiro de Guerra não foi e não é, apenas, uma escola estritamente militar, mas, sobretudo uma escola de civismo e cidadania. O TG 87, nosso Tiro de Guerra, teve, por isso, um papel fundamental na formação dos nossos jovens de então, como Nivaldo Maciel, João Leopoldo e muitos como Flavio Pinto que honraram e honram a sociedade montesclarense. Eu sei que o prédio que foi a sede do TG, na Praça da Estação, inicio da Rua Melo Viana, não existe mais, como, também, não existe o velho fuzil ordinário tipo 1908, nem o velho cinto de guarnição usado em serviço e que dava ares de autoridade ao soldado postado como “sentinela” na porta da sede. Lendo a mensagem de Flavio, eu gritei em pensamento: Tiro de guerra, Sentido! Em continência ao terreno, apresentar armas! Em homenagem aos instrutores e atiradores que já se foram! (José Prates, 81 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores).

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