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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: SOBRE CÂNDIDO CANELA Dário Teixeira Cotrim Presidente do IHGMC No dia 1º de janeiro de 1963 foi publicado, no saudoso jornal Gazeta do Norte, de Montes Claros, um conto de Cândido Canela intitulado “O Trágico Fim de uma Estátua”, onde o poeta conta a história de uma linda jovem – Mercesinha - que era casada com um homem de posses e já bastante idoso – Manoel Maria da Conceição. Com a morte do marido ela mando que se fizesse uma estátua de madeira do finado, colocando-a no canto da sala de estar, para cultuar-lhe a lembrança. Tempos depois, Mercesinha casa-se, em segunda núpcias, com um jovem rapaz. Certa vez, quando o seu novo amado retorna de uma longa viagem, antes mesmo de sua chegada, dona Mercesinha mandou que a preta Isabel estraçalhasse a machadada a pobre estátua, colocando as suas achas no fogão de lenha para fazer o café ao gosto do seu novo amante: “aquele que iria ser, como fora, o prenúncio de abraços apertados e de ardentes beijos de amor”. Este texto deveria ser publicado no livro “Grito do Sertão”, mas ainda permanece engavetado. O poeta Cândido Canela publicou apenas dois livros: “Lírica e Humor do Sertão” (1950), que teve a apresentação do montes-clarense Manoel Higyno dos Santos e “Rebenta Boi” (1958), com apresentação do próprio autor. Mesmo assim, ele nos deixou alguns livros inéditos. Além do livro “Grito do Sertão”, consta de sua bibliografia outros títulos: “Rios dos Buracos” (versos), “Margô” (novelas), “Mãe da Lua” (versos), “Angélica” (crônicas), “Quando as estrelas choram” (poemas líricos) e “Roteiro da Vida” (trovas). Sobre este último, com notícias na Antologia Poética da Academia Montes-clarense de Letras, nós citamos aqui algumas de suas trovas: “Aquela flor fenecida/ Que tu beijaste – viveu/ É que teus beijos dão vida/ A tudo quanto morreu”. “Teu rosto tem o macio/ Dos jambos doces – maduros,/ Teus olhos são as estrelas/ Dos meus caminhos escuros”. “Dizem que o sonho nos fala/ Do que pensamos velando./ Por isso, amor, quando durmo/ Sonho sempre te beijando”. “Eu não troco minha vida/ Pela vida de ninguém./ Sou pobre, não tenho nada/ Mas, tenho tudo: meu bem”. “Riqueza é deitar-se à noite/ De um dia inteiro cansado./ É ver-se o raiar da aurora/ Dormindo do mesmo lado”. e “Os teus cabelos parecem/ Banhados da escuridão./ Das noites de tempestades/ Sem lua, do meu sertão”. Filomena Alencar Monteiro Prates publicou no Diário de Montes Claros, do dia 17 de julho de 1983, o seguinte depoimento: “Algum tempo depois, vindo certa manhã para o meu trabalho, fui apresentada por meu marido a um senhor que naquele momento fazia por indicação médica seu passeio matinal. Era o próprio Cândido Canela em pessoa. Foi um encontro breve, mas que me deixou feliz, por poder fazer constar na minha lista de poetas, o imortal criador de Rebenta Boi”. Nasceu Cândido Simões Canela na cidade de Montes Claros, no dia 22 de agosto de 1910. Filho de Antônio Canela e de dona Luzia Simões Canela. Concluiu o curso primário na sua terra natal, na Escola Normal de Montes Claros, no ano de 1929. Exerceu a profissão de comerciário e, depois, empregou-se como escrevente de cartório quando finalmente, no dia primeiro de julho de 1960 foi nomeado para o cargo de Tabelião do 1º Oficio de Notas do Termo de Montes Claros. Foi eleito vereador para a Câmara Municipal de Montes Claros no período de 1963 a 1967. Contista e poeta filiado à escola de Catulo da Paixão Cearense. Morreu Cândido Canela no dia sete de março de 1993.

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