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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 19 de abril de 2024
 

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Mensagem: Em busca da identidade Waldyr Senna Batista Da série “roedores de pequi”, em busca da identidade perdida de Montes Claros. O comércio proclama-se a principal atividade econômica da cidade. A seu favor, registros que remontam aos primórdios da fundação, reforçados por números atuais: é o maior contribuinte de ICMS e o maior empregador. São dados de fácil comprovação junto à Receita estadual e aos sindicatos patronal e de empregados da categoria. Eles se contrapõem a referências remotas da pecuária, ligadas à fundação da “fazenda Montes Claros” dos tempos de Gonçalves Figueira. Há até pouco tempo, tinha-se a pecuária como a principal força econômica do município, consagrada pela implantação do Parque de Exposições. Seu construtor, João Athayde, no início da segunda metade do século passado, chegou a preconizar o reconhecimento do “boi tipo Montes Claros”, espécime que deveria preencher requisitos especiais de raça e peso, a serem avaliados quando da realização das exposições. A proposta morreu com o criador dela, coincidindo com o declínio da atividade na região, que de 2,5 milhões de cabeças, tem população atualmente estimada em 1,6 milhão. Os pecuaristas que viveram a época do apogeu argumentam que, apesar dessa queda, houve ganho com o aprimoramento da qualidade do rebanho, o que garantiria à pecuária o lugar mais alto do pódio. Da indústria já se falou aqui. Com os incentivos fiscais da Sudene, nas décadas de 60 e 70, esse setor experimentou forte expansão, restando ainda várias unidades, que desmentem a infeliz alusão ao “cemitério de indústrias”. Fábrica de cimento, tecelagens, vacinas para animais, produção de insulina, produtos derivados do leite, entre outras especialidades, formam conjunto nada desprezível, embora bem longe das previsões e dos sonhos. O comércio atacadista de cereais também teve sua época, abastecendo o extremo norte do Estado e boa parte da Bahia e do Nordeste. Guardadas as proporções, seria o que hoje representa Uberlândia. Mas não resistiu ao advento da Rio-Bahia, que desviou o tráfego. Com o esvaziamento das diversas alternativas, que foram importantes na construção de sua imagem, Montes Claros está mergulhada no que pode ser considerada sua pior crise. Mantém-se no topo apenas ao ser confrontada com as demais integrantes da região, onde despontam algumas promessas: Pirapora, sob intenso bombardeio publicitário, e Janaúba, beneficiada pelos reflexos do projeto de irrigação da Jaíba, onde se consolida centro de produção de frutas. As duas atravessam boa fase, mas estão bem distantes de Montes Claros, mesmo estando esta em declínio econômico, político e administrativo. Aqui, nos últimos vinte anos, duas atividades se apresentam como destaque: uma é a construção civil, com a multiplicação de grandes edifícios, que garante o pleno emprego e até sofre com a falta de cimento(pode vir a correr o risco de saturação, dependendo da profundidade e da duração da má fase da cidade); e a outra é o surgimento do que já pode ser considerado promissor centro de ensino superior. Uma delas poderá vir a se tornar fonte de inspiração para o slogan que está faltando para a identidade da cidade. Montes Claros já foi: a princesinha do Norte; coração robusto do sertão(do famoso discurso de Francisco Sá na inauguração dos trilhos da Central do Brasil); a capital do Norte de Minas; a terra do pequi(cuja produção maior se localiza em Mirabela e Japonvar); e, ultimamente, se diz a cidade da arte e da cultura( o que nada significa em termos econômicos). Mas seria de fato indispensável buscar a mensagem que espelharia a identidade da cidade ? A partir da chegada da linha férrea, que se deu em 1927, era comum inscrever-se as iniciais “EFCB” nas correspondências destinadas a Montes Claros, para ficar bem clara a localização dela e evitar extravios. Isso, segundo contava Zé Gomes, irritava Juca Carteiro, seu colega nos Correios e hoje nome de rua na cidade. Bairrista empedernido, ele considerava desnecessário o adendo, pois Montes Claros era tão importante e conhecida que todo o mundo sabia onde ela se situava... (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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