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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 20 de abril de 2024
 

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Mensagem: Matriarcado literário Tenho em curtas linhas acompanhado, ou procurado acompanhar, o desenvolvimento da arte literária na terra dos montes claros, na aldeia de Augusto José Vieira Neto, destacando a presença dos ´homens e mulheres de letras´, que buscam alçar os privilégios do reconhecimento de sua arte. No compartilhamento histórico desse progresso cultural, nos últimos cinco anos registro o revigoramento da Academia Montesclarense de Letras e o nascimento da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e da Academia Feminina de Letras, que a duras penas e objetivos similares vão unindo os amantes das “belas letras” do ilustrado Norte de Minas. A arte literária constitui-se em uma possibilidade da realização do legítimo desejo humano da imortalidade. O número de mulheres imortais na Academia Brasileira de Letras é, ainda, relativamente pequeno, mas elas são maioria nas entidades culturais de Montes Claros, além de serem as mais atuantes O patriarcado, que imperou soberano durante anos nas entidades culturais, vai cedendo lugar ao matriarcado. Oswald de Andrade em sua utopia antropofágica já se rebelava contra a repressão dos instintos e da liberdade sexual da mulher e esclarecia que “o matriarcado desencravaria o tabu patriarcal da História”. Como integrante do seleto grupo dominante de matriarcas culturais, Carmen Netto Victória é uma intelectual que se faz presente no círculo maior das artes literárias norte-mineiras, candidata em potencial a uma Cadeira na ACLECIA. Ela foi, merecidamente, empossada como sócia honorária da Academia Montesclarense de Letras. Sou leitor das crônicas da colunista Carmen Netto Victória no www.montesclaros.com (Uma janela para Montes Claros). Viajando de trem, estive com ela em Glasgow, a maior cidade da Escócia, “a terra dos Celtas” onde “desembarquei na Central Station” e visitei sua “filha Junia”. Estive na “Faculdade de Medicina Saint Andrews, imponente em seus trezentos anos de existência” e olhei encantado para o “lago Ness com olhos de magia”, mas não vi o “monstro que vive em suas águas profundas”. Vi, em Inverness nas Terras Altas, “árvores desnudas sem uma folha sequer, parecendo esculturas de cristais e nuvens”. Em passagem outra, retornando da Europa para Montes Claros onde “ainda está viva a alma da cidade”, com ela recordei-me gratificado das crônicas de Yvonne Silveira, “com o pseudônimo de Simone na Gazeta do Norte, que encantavam as pessoas de 8 a 80 anos”. Tenho com Carmen Netto Victória uma coisa em comum: sempre escrevo ouvindo música. Estou a ouvir “Concerto para Violino nº 3”, de Mozart. Também me deliciei culturalmente, nos tempos idos da mocidade, com o “Tesouro da Juventude”. Não sou montes-clarense de nascimento, mas irmano-me com ela quando afirma: “Com a idade, descubro que estou cada vez mais enraizada na minha terra e tento seguir a velha sabedoria de Tolstoi “Se quer ser universal canta a tua aldeia”. E, é o que tento tentado fazer. Montes Claros não é uma cidade, é um estado de espírito”. Concordo com Carmen Netto Victória quando ele cita Guimarães Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa , sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem” Falando em matriarcado, nada melhor do que repetir Carmen Netto Victória: ”Qual o peso que as mulheres podem suportar? Que pecados a mulher tem que expiar num mundo tão hostil? Por que não existe uma Delegacia do Homem? Quantos ofícios de trevas terão que viver para encontrar a justiça da igualdade?” Ele busca uma resposta em Cora Coralina, Adélia Prado, Lia Lufti, Isabel Allende, Léa Maria Aarão Reis e Cecília Meireles, mas talvez a encontraria nela mesma.

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