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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 28 de março de 2024
 

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Mensagem: Minério faz preço de terra triplicar no Norte de Minas - Luiz Ribeiro e Marta Vieira - Lugar de terra barata, sempre sujeita à histórica sina do castigo imposto pela seca, o Norte de Minas Gerais está subvertendo a antiga ordem no campo em dezenas de municípios, com uma espantosa valorização de preços. Áreas fechadas de cerrado, pouco atrativas para a agricultura ou pecuária, passaram a valer, este ano, até o triplo do que se ofertava pelo hectare há três anos, com valorização da ordem de 200%. Só nos últimos 12 meses, completados em junho, elas encareceram 50%, segundo o levantamento mais recente da consultoria paulista AgraFNP, especializada em informações em agronegócio. O preço médio do hectare de cerrado está em R$ 1,5 mil no entorno de Montes Claros. Na média do estado, não se vê fôlego parecido: o preço do hectare se valorizou modestos 30,3% desde 2008 e 3,27% comparado o comportamento das cotações em maio e junho com meados do ano passado. A corrida dos preços começou logo depois dos anúncios da descoberta de reservas promissoras de minério de ferro na região e a chegada cada vez mais frequente de homens e máquinas das empresas de prospecção e pesquisa mineral. O mesmo fenômeno de alta surpreendente é observado em cidades que margeiam o Rio São Francisco e no Vale do Jequitinhonha, onde se espalham as notícias sobre o primeiro poço perfurado para análise do potencial de exploração de gás na Bacia do Velho Chico, em Morada Nova de Minas, distante 280 quilômetros de Belo Horizonte. Áreas de pasto encareceram 369,8% nos últimos 36 meses e 33,3% desde o ano passado no Jequitinhonha. A gerente de agroenergia da AgraFNP, Jaqueline Bierhals, confirma que não há nenhum fator ligado ao agronegócio que possa justificar tamanha valorização. “Foram as maiores taxas que verificamos em Minas Gerais, algo que não se observa nem mesmo no Triângulo, onde estão concentradas as terras mais valorizadas do estado”, afirma. As áreas brutas de cerrado que explicam boa parte dessa valorização são justamente aquelas que podem servir à mineração, de acordo com Bierhals. No entorno de Montes Claros, o levantamento de preços se estendeu por 86 municípios, entre eles alguns dos já eleitos pelas pesquisas de grandes mineradoras, a exemplo de Salinas e Rio Pardo de Minas. A AgraFNP faz pesquisas regulares em todo o país, que exibiu preços 28,87%, em média, mais altos para o hectare nos últimos três anos e 4,99% superiores aos do ano passado, também na média. Não há mais dúvidas de que o Norte de Minas se transformou numa nova fronteira da mineração em Minas, segundo José Fernando Coura, presidente do Sindicato da Indústria Extrativa do Ferro no estado (Sindiextra). “A valorização de terrenos se dá em função do desenvolvimento econômico que o grande empreendimento irradia. Isso se aplica à mineração, ao setor siderúrgico, à implantação de uma ferrovia ou a um complexo hoteleiro”, afirma. Potencial Estimativas já divulgadas pelo governo mineiro indicam um potencial de recursos minerais, que podem ou não se transformar em jazidas de minério de ferro, de 20 bilhões de toneladas no Norte do estado. “Antigamente, quando alguém falava em vender terras na região, não achava comprador. Agora, há muita gente interessada em comprar e acho que a tendência é de melhorar mais ainda´, diz o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Salinas, Francisco de Assis Pereira. Terras cotadas até R$ 1 mil por hectare passaram a valer R$ 2 mil a R$ 4 mil o hectare. Em Pirapora, o corretor Antônio Vieira diz que há casos em que o hectare tem sido oferecido por R$ 3 mil a R$ 5 mil, ante os R$ 1 mil anteriores. Ele conta que muitas empresas estão adquirindo áreas na região de Buritizeiro e Pirapora para implantar projetos de reflorestamento e lavouras irrigadas aproveitando a água do Rio São Francisco. A proximidade com as cidades em que há pesquisas de ocorrência de gás surgiu como fator que deu impulso aos preços. “O que há é uma especulação. Os proprietários dos terrenos vão querer facilitar a futura exploração mineral e ter algum retorno com isso”, resume o prefeito de Salinas, José Antônio Prates.

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