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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Violência Urbana em M.Claros José Prates Lendo o Mural, o que fazemos diariamente, vamos tomando conhecimento de que a violência já está presente em Montes Claros, no norte de Minas, atingindo proporções que assustam um povo pacífico, que é ou, pelo menos, era o montesclarense, desacostumado a esse estado de coisas A violência urbana, um fenômeno que teve inicio nos grandes centros, originado, talvez, da discriminação social de parte da população, principalmente os favelados, foi crescendo com a organização de grupos de discriminados atacando os discriminadores, possivelmente como forma de vingança ou para se mostrarem superiores. Essa violência tomou fôlego, saiu da sua intenção inicial, tomou outra forma e, hoje, transformou-se na insegurança geral nos grandes centros urbanos. Em qualquer desses centros, sair à rua hoje, é temerário para qualquer cidadão, cuja insegurança é sentida em qualquer lugar onde esteja, principalmente por falta de policiamento ostensivo, o que é comum nesses lugares. O termo violência urbana designa um fenômeno social de comportamento deliberadamente transgressor e agressivo ocorrido no convívio urbano. Tem algumas qualidades que a diferencia de outros tipos de violência e se desencadeia em conseqüência das condições de vida dos agressores e do convívio no espaço urbano, onde alguns vivem, até com filhos, em locais inadequados à habitação humana. Um dos problemas nas grandes cidades é a instabilidade familiar que ocorre em alguns centros populacionais de baixa renda onde a ausência do poder público é sentida. Nesses lugares, nessas famílias, não existem pela ausência de meios, programas de formação adequada do individuo. Isso acontece na maioria das favelas. Sua manifestação mais evidente é o alto índice de criminalidade; e a mais constante é a infração dos códigos elementares de conduta civilizada, principalmente nos grandes centros onde a discriminação de grupos gera a revolta, originando a agressão como revide ao abandono. Hoje, no Rio de Janeiro, o governo está, embora timidamente, procurando resolver o assunto com a instalação das unidades de policia pacificadora, chamadas UPP, retirando os traficantes de drogas, grupos promotores de violência contra a pessoa e prestando assistência social ao favelado, o que tem surtido algum efeito. Todavia, como estamos verificando hoje, o fenômeno da violência urbana não está restrito aos grandes centros. Tomou vulto, saiu dos grupos que se sentiam discriminados, incorporando novos grupos e esparramou-se país a dentro. Agora, esse problema pode ser observado também em pequenos centros urbanos, em todo o país. Os jornais de toda espécie, principalmente na televisão, mostram um aumento no número de assaltos, homicídios e outros atos de violência, trazendo total insegurança ao habitante daqui e dali, cuja sensação de insegurança é visível em todos os lugares por onde andamos. Isso comprova que a violência tem tomado proporções gigantescas e atualmente é configurada como um estado social que carece de uma solução urgente que deve vir, em principio da própria sociedade, vez que ela própria promove o nascimento dessa violência quando aceita praticas que contribuem com o seu crescimento na urb como desestrutura familiar, desemprego, tráfico de drogas, discussões banais; aceitação social da ruptura constante das normas jurídicas e o desrespeito à noção de cidadania. A sociedade admite passivamente tanto a violência dos agentes do estado contra as pessoas mais pobres quanto o descompromisso do indivíduo com as regras de convívio. Observem que ficam impunes o uso da tortura pela polícia como método de investigação; a ocupação de espaços públicos por camelôs e donos de carros; as infrações de trânsito; a incompetência administrativa; a imperícia profissional; a negligência causadora de acidentes e o desrespeito ao consumidor. Entre os cidadãos habituados a esses comportamentos, encontram eco as formas violentas de fazer justiça, como a pena de morte, linchamentos e mesmo o fuzilamento sumário. É freqüente a aprovação popular da punição violenta sem direito a julgamento. Tudo isso é violência que a sociedade aceita sem reclamações permitindo que aconteça como coisa normal na vida do cidadão. São fatos que fazem a violência crescer e alastrar-se sem controle. Poucos tentam inibir essa violência, mas, sem encontrar apoio, desistem e o problema cresce, sem solução, avançando país a dentro, cada vez mais fazendo vítimas, na maioria inocentes. Quando se fala em violência urbana, sempre dizem que este é um problema do Estado, esquecendo que o Estado somos nós. Não é, apenas, ficar em casa, sem sair, com medo de agressão. O que se deve fazer é unir para a luta e, sem violência, trazer a paz de volta. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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