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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Em Busca De Fogo Alberto Sena Busquei fogo em Montes Claros nos dias 27 e 28 de novembro. No sábado, 20h30 foi o casamento de Joyce e Sydney, na Igreja de Santa Clara. Joyce, filha de José Venâncio Batista e Isabel Lopes Prates Batista; e Sidney, filho de Estevão Barbosa e Rosalva Souto Barbosa. Foi uma bela cerimônia realizada pelo padre Silvestre. Evidentemente, como a estada foi curta, quase nada mais pude fazer além de curtir os irmãos, Terezinha, Ladinha, Waldyr, Zé Venâncio, Lúcia, Wanda e os sobrinhos, que bem dão contam da multiplicação da família, cujo tronco é do casal José Batista da Conceição (Zé Bitaca) e Elvira de Sena Batista. Nesses tempos abarrotados de tudo – gente, carros, motos e bicicletas – em Montes Claros, Wanda tem o privilégio de possuir nos fundos da casa um pequeno quintal onde se pode constatar neste momento um pé de manga Haden em franca produção, cheio de grandes e pesados frutos, que dão o que pensar. Como é que pode uma mangueira tão carregada suportar o peso de tanta manga? Ainda no quintal, meia dúzia de passos adiante se pode deparar com uma jabuticabeira empolada de saborosas bolinhas pretas, que se repartem com os passarinhos e os insetos zunindo em derredor. Lagartixas correm pelos muros na operação de controle biológico de insetos, e quiçá, chupar jabuticabas no chão, se é que esse bicho trepador da família dos Gekkonidae também chupa essa delícia que a natureza nos dá nesta época do ano. Retornar a Montes Claros depois de mais de quatro anos é como um mergulho na própria memória individual e coletiva. Só o fato de estar na cidade, respirar o ar da região, sentir o magnetismo do torrão Natal, suar o suor provocado pelo calor reflexo do sol de fritar bolinhos no asfalto, é uma incursão doce, como o doce de marmelo que não encontramos dessa vez no Mercado Municipal, mas em compensação achamos o doce de cidra em barras quadradas, que já foram bem maiores, tudo isso é uma dádiva de Deus que nenhum cristão, budista, induísta, ateu ou cidadão do credo que for pode rejeitar. Deus não faz acepção de pessoas, derrama graças para todos que estiverem com os canais de energia livres das gorduras que entopem as vias e As veias abertas da América Latina, título do livro do uruguaio Eduardo Galeano que todo cidadão sul-americano deve ler. Não posso tecer comentários com mais rigor sobre Montes Claros porque não tive tempo de andar para ver como está a cidade onde nasci e vivi. Mas tive tempo de participar de uma missa na capela da Santa Casa onde nasci e naquela manhã de domingo fui chamado pelo Espírito Santo para proclamar a primeira leitura da ‘Liturgia da Palavra’. No pouco visto da cidade, a partir da Rodoviária onde desembarquei, dá para assustar. Primeiro porque aquele espaço não parece ser o mais adequado para realizar eventos como a festa do pequi. Depois porque realizar a XX Festa Nacional do Pequi no início da safra parece tão inadequado também quanto realizá-la ao término da safra, como vinha sendo feito desde o início. Posso estar errado e me corrijam: melhor seria fazer a festa quando da chegada ao Mercado Municipal dos pequis grandes, avermelhados, lá de Mirabela, Coração de Jesus e Japonvar, que, com os seus 8.305 habitantes, se orgulha de ser a ‘capital nacional do pequi’, porque Montes Claros mesmo não produz e leva a fama por ter mais carisma e poder de imantação por ser pólo e receber atualmente gente de toda parte do País. Daí a defloração da alma montes-clarense por um sem número de forasteiros que trouxeram todo tipo de bondades e maldades das metrópoles. Montes Claros não perdeu o aspecto cor de poeira, pó de Cerrado que a caracteriza desde muito antes dos paralelepípedos, dos bloquetes e do advento do asfalto, que a propósito, carece de recuperação porque buracos se espalham em profusão e tendem a virar crateras com o período de chuva entrante. Ah, Montes Claros! ‘Amo-te muito’, como rezaria João Chaves, nos versos centenários, porque faço parte de uma geração que pegou o melhor período da cidade abarrotada de sonhos, ideias e ideais, não de construção de uma cidade que incha e precisa encontrar logo os meios de desativar a bomba de muitos megatons a ponto de explodir. P.S.: Leiam semana que vem: ‘Enquanto se pode maxixar’.

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