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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O lamento de Macedo José Prates O comentário de Macedo (Msg 66857) se fosse verbal, a sua voz estaria embargada pela emoção que o ciúme provoca, em muitas ocasiões. Isto, porém, é uma prova eloqüente de que o amor à terra natal cria desabafos como esse, quando a sentem preterida na concessão de benefícios ou na premiação com altos investimentos. A terra é dele; ele é a sua população. Quando ele diz que Uberaba “já foi equiparada a Montes Claros e hoje está anos luz na frente”, deixa transbordar a mágoa pelo descaso e abandono de sua cidade, sentimento natural no filho que ama a mãe e a vê relegada a segundo plano no conjunto da família. Quem pode dizer que esse comentário é uma reclamação contra os dirigentes da cidade. Ninguém, porque ele é o desabafo lacrimal de um filho que vê a terra-mãe desprotegida, largada à própria sorte, num crescimento desordenado.É um grito contra todos, contra ele próprio, talvez. Uberaba não está à frente em extensão ou numero de habitantes, mas, em riqueza e civilização, porque os seus filhos souberam lutar por ela, uma luta sem egoísmo, pensando no desenvolvimento capaz de beneficiar a todos, porque todos são irmãos, filhos do mesmo lugar. Pensaram e agiram ao contrário de Montes Claros, que desde o seu inicio, foi cada um por si e Deus, somente Deus, por todos . “Querem ver o tamanho da diferença, visitem a moderna, limpa e civilizada Uberaba, onde as leis são cumpridas” não é um convite, mas, também um lamento contra os próprios irmãos que fizeram o lugar crescer, sem pensar nele, mas, em si como pessoas ou família. “Uma andorinha só, não faz verão”, diziam os antigos, na bela filosofia dos seus adágios. Não é Macedo que vai mudar a cidade com seu choro, com seus lamentos; não é, também, com lamentos que se pode mudar o lugar, mas, com trabalho e principalmente amor. Não é o grito de Macedo que vai despertar as autoridades municipais para pensarem no desenvolvimento cultural da cidade, ao lado do crescimento econômico. Não é o choro dos Macedos de Montes Claros que vai educar o povo, mas, medidas governamentais, até mesmo com algumas punições, que vão dizer aos relaxados que isto ou aquilo é contra a cidade e sua população. Nós cremos que um lamento como esse do Macedo, se lido e interpretado como um sentimento puro de amor à terra, pode despertar aqueles que têm obrigação para com a cidade e o seu povo, promovendo e fazendo a grande obra educacional do povo, inclusive com exemplos. Hoje, os meios de comunicação estão ai, avançados e eficientes, pedindo para serem usados. Montes Claros cresceu, desenvolveu-se economicamente, mas, a educação popular ficou lá atrás. Devia ter crescido junto. Quando lemos a mensagem do Macedo, veio à nossa mente a Montes Claros de cinqüenta anos passados, sem a ganância do capitalismo. Era cidade grande, capital do sertão, de comércio vasto, poética e romântica. Ruas estreitas sem o vai-e-vem de carros, onde todo mundo saudava todo mundo, irando-lhes o chapéu em sinal de reverência. Era gente da terra, que nasceu na terra ou que a terra adotou como filho. Depois, a luz chegou; o comercio cresceu; a industria se instalou e mais gente e mais gente foi chegando e até favelas apareceram, coisa de cidade grande. Hoje, ninguém saúda mais ninguém ao se cruzarem na rua. Nem alguém usando chapéu, a gente vê mais. as universidades chegaram, o ensino multipliou-se, mas, a educação para a vida em comunidade, não houve. A ânsia do desenvolvimento capitalista fez cada um lutar por si próprio; os carros encheram as ruas; o vizinho que era como um parente, tornou-se um estranho que ninguém sabe, sequer, o nome de batismo. Pois é; Essa é a Montes Claros dos Macedos que choram de ciúmes de uma Uberaba que cresceu com o povo e para o povo. Eu estou longe, bem distante, mas, também, choro a Montes Claros que me adotou como filho e que amo ardentemente, mas, que, talvez, nem saiba quem eu sou. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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