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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Outro final de tarde Trafego ´en passant´ pela Avenida Sanitária e já ocorre o lusco-fusco do entardecer. A boca da noite tem uma atmosfera própria de permeio ao clima abafado que a envolve. Acontece sem um significado maior quanto ao poder dissolvente do tempo. Pela borda da esquina próxima aparece o crepúsculo morno e sedutor como as mãos de uma mulher. Nas calçadas, estacionamentos, bares, restaurantes da moda já há uma suspeita de frenesi. Pelas ruas passam condutores apavorados, caronas tensas ora estáticas ora se balançando como o boneco João Bobo. Janelas estão abertas ao hiper-realismo que proporciona a noite. Já circulam seres em busca de um calor e conforto etílico. Temporariamente reconfortante. Através da transparência da porta de vidro do salão de eventos vejo os pigmentos naturais em uma tela de Márcia Prates. A arte sugere uma mística mexicana de Frida e uma eventual magia de Somoza. Sinto olhos atentos a observar a minha frágil alma plástica através da janela dos meus olhos com olheiras. Um sorriso de um quase afeto e um instante surreal. Doris Araújo traz na cabeça uma tiara de flores artificiais e multicoloridas e canta uma rima poética. Luis Carlos Peré com sua bolsa de “jaberrou” e o boa praça Reinine Canela, assinam a noite com um sorriso de bem com a vida. Teo Azevedo musica e metrifica os poemas esquecidos do bardo João Chaves: Moreninha, Triste Recordação e Divino Mestre. O sax Stein de Armando Cabeceira Marden Barros, chora lágrimas de metal e deixa ver e ouvir “Stella by star ligth”. Coloca a minha pobre alma plástica a navegar em blues... Tininho Silva de cachecol e chapéu malandro com seu sorriso mafioso escuta Astrud Gilberto cantar Doralice em um bolachão de acetato 38 rpms, sob o solo do saxofone de Stan Gets. Pela avenida, ganidos de freios, reclames de camelôs e buzinas estridentes se misturam aos sorrisos afrescalhados e gestos leves de duas bibas que fazem trotoir na via quase expressa. Meus olhos acompanham o gingado de um bumbum que passa saracoteando sob a amplidão das estrelas. A noite tem mil olhos e as paredes mil ouvidos e o côncavo insiste em buscar o convexo!

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