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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: SALVADOR O seu nome verdadeiro era Yoshua Rabib Perez, um judeu marroquino, vindo para o Brasil em 1939 durante a Segunda Grande Guerra, fugindo da Gestapo. Aqui chegou abarrufado de grana e se associou a outra família de semitas que tinham loja de móveis. Foi morar na Rua Marechal Deodoro onde adquiriu um conjunto de 10 casas residenciais e uma grande propriedade urbana onde hoje está localizado o nosso Mercado Municipal e a área comercial em volta do mesmo. Dotado de temperamento explosivo, aguerrido e sincero, logo entrou em desacordo com muitos inquilinos. Acabou fechando as casas e ocupando, pessoalmente, a primeira delas. Por toda a vida manteve fechados os imóveis. Casou, constituiu família, desquitou, a família foi morar em Belo Horizonte e ele arranjou outra companheira. A sua moradia era simples, móveis toscos, apenas o essencial para viver. De hábitos frugais e disciplinados, habitualmente modestos. Estatura média, caucasiano, careca, olhos esbugalhados, Salvador era ossudo e musculoso. Em Marrocos, onde nasceu e morou, foi de tudo: pastor de ovelhas, transportador de água potável pelo deserto. Dado a seu temperamento combativo, logo se alistou na Legião Estrangeira. Personalidade explícita, não despachava para o bispo. A sua missa era de corpo presente. Falava o que tinha de falar, na bucha. Daí ser evitado pela maioria das pessoas. Como fora criado no deserto, aprendeu com beduínos a arte de fazer chás, infusões, remédios naturais, além da aplicação de massagem e a prática de ventosas. Tratava a todos, sem custos, a quem o procurasse. Meninos, moradores na proximidade enchiam a sua casa para assistirem à aplicação dos copos quentes no corpo dos pacientes. Era hilário. Alguns gritavam, urravam e chegavam mesmo a verter urina pernas abaixo, “sentindo” uma dor imaginária... Mestre cuca de mão cheia e bom de anzol, era requisitado por empresários e políticos locais para tomar parte em grandes pescarias, quando, após tomar umas cervejas se emocionava e tocado pela saudade do rincão natal cantava e declamava poemas de amor ao estilo campesino. No quintal de sua casa, havia um pomar de frutas cercado apenas de arame farpado, sempre visitado pela meninada vizinha que surrupiava o produto para deleite da pança e a alegria em ter desafiado aquele pequeno, valente e irritado gigante do deserto... Tico Lopes, ainda infante e aproveitando as sombras da tarde, um dia lá subiu em um pé para retirar duas mexericas. Salvador já estava de campana montada para surpreender os pequenos gatunos e com uma espingarda polveira municiada de sal grosso, num tiro certeiro acertou os fundilhos do nosso homem show e mestre benzefala. Ao ver a queda do pirralho no solo e escutar a gritaria da “vítima”, Salvador vibrou de satisfação, incitando o seu cão ao ataque: - Acertei o F.D.P.! – Pega Tupã e acaba de matar! Felizmente, a não ser o bom tempo em que Tico ficou sem poder sentar, não houve maiores conseqüências e nosso querido artista e “show man”, aí está vivo e fagueiro, com mais esta boa história para contar...

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