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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Envio texto de um procurador que é também senador. O artigo, muito lúcido, aclara o que está acontecendo por toda parte. Vale a pena ser lido e meditado. Metralhas com seis férias por ano - Ananias dos Santos era um dos Irmãos Metralha, gangue que cometeu centenas de delitos no interior paulista. Foi enquadrado em roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Estava na média da impunidade patropi. Por aqui, um ladrão, até ser pego, comete mais de 50 crimes, responde apenas pelo que foi flagrado e logo está livre para retomar a rotina de tirar os bens e o sossego de quem trabalha. É o caso de Ananias, que agora passou a tirar vidas. Na Páscoa de 2009, após sete anos entre os regimes fechado e semiaberto, foi liberado sem análise séria de especialistas. O exame criminológico foi abolido pelo governo Lula porque era de “caráter subjetivo”. A polícia informa que Ananias não resiste à vontade de cometer crimes. Passa-se por bonzinho, porém em liberdade é tomado por incontido desejo de assassinar e ele mata. Nem chegou a segunda Páscoa e já é suspeito de matar quatro pessoas, um casal em 2009 e, na semana passada, as irmãs adolescentes Josely e Juliana Oliveira.Mesmo com essa índole e essa ficha, a cada ano tem direito a cinco saídas temporárias de uma semana cada, incluindo o Dia das Crianças. Só é considerado o comportamento enquanto está atrás das grades. Qualquer psicopata sabe que lugar de cometer atrocidade é nas ruas, com cobertura da legislação e das autoridades; torna-se um cordeiro na cadeia e goza de um calendário de benefícios em que falta apenas ir à Ilha de Caras. Infelizmente, o metralha é a regra. Os governos federal e estaduais querem diminuir o tormento carcerário com duas políticas. A primeira é não prender, a outra é tirar logo da cela os que restam. A frouxidão tem parceiros nos três poderes. Promotor de Execução Penal virou gente fina com os reeducandos, assistente sem diploma de serviço social. Magistrados, inclusive da Suprema Corte, estão piorando o entendimento sobre diversas leis, da Ficha-Limpa à dos Crimes Hediondos, sempre amolecendo com os suspeitos. E o Congresso colabora se agachando para os defensores do crime. Na outra ponta estão as famílias dos mortos pelos “favoritos” do sistema. Projetos pró-segurança pegam vírus nos HDs sem que a bancada do queridismo penal permita sequer sua votação. É contagiante. Já há juízes impedindo o monitoramento eletrônico “por violar o direito a privacidade”. Se Ananias estivesse com tornozeleira indicando sua localização, possivelmente não teria voltado a delinquir, pois a polícia estaria de olho. Sem ela, fugiu para a casa dos pais e ninguém o encontrou. O mesmo teria ocorrido com o “monstro de Luziânia”. E os epítetos e nomes de bandidos vão se sucedendo. A sociedade, vítima de todos eles, se pergunta pelos que deveriam protegê-la. Devem estar muito ocupados arquitetando algo para liberar ou deixar de prender quem a vitima. Não tenham dúvidas de que o próximo passo dos responsáveis pela segurança pública do país será a participação em passeatas contra a violência e o comparecimento a velórios. Tudo na linha estrita do politicamente correto. Os exemplos bem sucedidos mundo afora que se danem, pois o que vale é o discurso de horóscopo, feito para agradar a todos. Afinal quem é contra aumento de salário, distribuição de renda, justiça social, recuperação de drogados, ressocialização dos presos e tudo o mais que a autoridade prega como solução? Mas, se o encarregado de tomar as providências age como membro de ONG e passa tão somente a reclamar, quem resolverá o problema? Infelizmente, tudo indica, serão mais quatro anos do mais absoluto domínio do crime. Ai de nós! (Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)

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