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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Tudo mudou, mas, a lembrança ficou José Prates Quando leio o noticiário sobre Montes Claros, Janaúba, Burarama que hoje é Capitão Enéas, fico imaginando como são hoje, essas cidades que conheci no limiar de sua existência, há sessenta anos passados, saindo da adolescência, também começando a vida. Janaúba, então, eu vi nascer e fui testemunha, com assinatura no seu registro de nascimento. As cidades que vimos nascer ou conhecemos ainda engatinhando, são como os filhos que nunca crescem; para nós, eles são sempre crianças como lhes chamamos e tratamos. É por isso que as notícias nos surpreendem a nós, que vivemos distantes e em nossa mente, guardadas para recordações, estão as cidades crianças daquele tempo. E nos causa tristeza constatar que ali a poesia acabou; as ruas nunca estão vazias, com automóvel solitário passando garboso, chamando atenção de todo mundo. Agora, carros fervilham sem chamar atenção de ninguém; Compadres, quase parentes, não existem mais. Madrinha não é mais “dindinha”, no tratamento carinhoso do afilhado. Passa o tempo, o afilhado vira “gente grande” e a madrinha ficou lá atrás, lembrada apenas, como aquela que lhe batizou. Pra falar a verdade, nem o batismo é considerado hoje um dever cristão, mas, simplesmente, uma obrigação social, como é, também, o “casamento na Igreja”. Interessante é que nos vamos integrando aos costumes que se modificam e nós próprios, ás vezes, achamos graça do passado. É o desenvolvimento que chamam de progresso, ação natural da prosperidade. Montes Claros, Janauba e Burarama sofreram essa ação, cresceram e tornaram-se adultas. Para nós, porem, são as mesmas crianças de ontem. O que se processou nessas três cidades teve o seu inicio na ação de pessoas que se interessaram por esse desenvolvimento e que a ele se dedicaram. Montes Claros e Burarama tiveram o mesmo personagem que foi um dos grandes promotores do seu progresso: o Capitão Eneas Mineiro de Souza ao lado de figuras como Alfeu de Quadros, Armenio Veloso, Família Ramos, Waldyr Macedo; Janauba foi o empenho do dr. Mauricio Azevedo, Antonino Catulé, Veraldino Conrado da Silva, Moysés Bento Lacerda. Burarama deveu-se ao Capitão Enéas a sua criação e o seu desenvolvimento. Se fossem, hoje, vivos estariam como eu, surpresos por esse progresso. Janaúba, então, superou, eu creio, a todas as expectativas, colocando-se lado a lado com Montes Claros na liderança do Norte de Minas e sudoeste da Bahia. Agora, por exemplo, tomei conhecimento da ação do Sindicato dos Produtores Rurais de Janúba que desenvolve um trabalho excelente na área, abrangendo sua ação aos municípios mineiros de Monte Azul, Espinosa e mais outros. Disso eu me sinto orgulhoso porque sou um dos fundadores dessa cidade, embora eu me lembre com saudade da Janaúba da pracinha da Igreja, da esplanada da Estação e dos banhos gotosos no velho Gorutuba. Na sua emancipação de Francisco Sá e fundação da cidade estivemos atuantes. Jovem de 22 anos, atuei na sua primeira eleição municipal ao lado do candidato Pericles de Oliveira. Venceu o Dr Mauricio Azevedo. Montes Claros do Capitão Eneas, anos cinqüenta, recebendo roupagem nova. Ruas calçadas a paralelepidos, substituindo os velhos “pé de moleque” das ruas centrais; nascimento da imprensa de fato, O Jornal de Montes Claros; A Igreja Católica recebia Dom Antonio de Morais Junior seu quarto Bispo que levou a Diocese à admiração e respeito nacionais. Hoje, só conheço Montes Claros, Janauba e Burarama por ouvir dizer. O centro de Montes Claros estendeu-se pelos morrinhos e chegou alem da Vila Guilhermina e, daqui a pouco irá até o Alto de São João. Fico, porem, feliz em saber tudo isso, porque amo esses lugares onde vivi minha infância e gozei minha adolescência, vivendo o primeiro amor, puro, inocente, sem desejo. Amor que ainda persiste na mãe dos meus filhos, avó dos meus netos. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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