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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: JÁDER DE OLIVEIRA Faleceu, na quarta-feira, 20 de abril de 2011, aos 76 anos, depois de lutar por mais de quatro anos contra um câncer, um dos expoentes do jornalismo brasileiro e internacional, meu querido amigo Jáder de Oliveira. Mineiro da gema, apaixonado por Belo Horizonte, nasceu no dia 02 de dezembro de 1934. Impregnado de mineiridade, grande contador de “causos”, entendia de música como ninguém e poderia, tranquilamente, alcançar o mesmo sucesso de sua carreira jornalística se tentasse a de cantor. Sua voz era aveludada e afinadíssima. Esse seu amor à música certamente nasceu dos acordes de sua mãe ao bandolim. Jáder era também um apaixonado pelo rádio. Imitador de primeira qualidade, falando ou cantando, fazia com que a gente enxergasse os imitados em sua pessoa, dentre eles Orlando Silva e Cyro Monteiro. Sabia os nomes dos compositores e dos autores das letras de quase todas as músicas brasileiras. Pena que só lançou um livro. Tinha muito mais coisa para nos contar. Mas em compensação, o seu “No tempo mais que perfeito”, retrata magistralmente a Belo Horizonte dos anos 50. Jáder começou no jornalismo muito jovem, aos 17 anos, no Diário de Minas. Foi redator da Rádio Inconfidência. Trabalhou na Rádio Guarani, na TV Itacolomy, no Diário da Tarde e no Estado de Minas. Serviu à BBC Brasil por 31 anos, antes de assumir o posto de correspondente da Globo News, função que acumulou com a de colaborador do Correio Brasiliense, da Rádio CBN e de muitos outros meios de comunicação. Na Inglaterra, onde viveu por mais de 40 anos, Jáder casou-se com a argentina Nelly, com quem teve dois filhos, Marcelo e Eddie. Junto a Nelly, esses seus dois filhos, aliados ao rádio e ao quintal de sua casa, em Cobham, no Condado de Surrey, nas imediações de Londres, foram suas grandes paixões. Conheci-o em 1999, através de Roberto Elísio de Castro Silva e de José Bento Teixeira de Salles. Mostrei a ele meu livro de poesias, o Baladas, pedi-o para fazer a orelha e ele o levou para Cobham. Pouco tempo depois, em julho de 2001, me brindou com o texto que orna meu livro, editado pela Mandamentos e lançado no mesmo ano. Em 2002, como era seu hábito, Jáder esteve aqui em Belô, de férias, e eu o homenageei em minha residência. Convidei o grande músico Marcelo Drummond. Vieram nossos amigos comuns, José Bento Teixeira de Salles, Roberto Elísio de Castro Silva, Fausto Mata Machado e José Ramos Filho. Foi uma das grandes noites de minha vida. Na verdade, nós é que fomos homenageados. Jáder cantou lindas músicas, ao microfone, acompanhado pelo saboroso toque de piano do Marcelo e, em algumas, por meus pobres acordes de violão. Guardo com o maior carinho uma foto de nós três nos apresentando a nossos amigos, num palco imaginário, cheio de amor e pureza d’alma. A voz desse grande brasileiro, seja no rádio, na televisão, na sala de minha casa ou nas mesas dos bares da vida, jamais se apagará de nossas memórias. Sua alma generosa será sempre um exemplo de dignidade humana para todos nós, especialmente por nunca termos ouvido de seus lábios qualquer maledicência. A vida de Jáder foi uma imensa cachoeira de ética, inteligência e cultura. Cultura vastíssima, em todas as áreas, especialmente na literária, em que ele conhecia quase todos os autores dos livros mais importantes do Brasil e do mundo, antigos e modernos. Adeus e até breve, grandioso Jáder de Oliveira. Guardo comigo o maior orgulho de ter sido um de seus amigos. Mais uma vez, muito obrigado pela orelha de meu livrinho de poemas. Que Deus o guarde eternamente num lugar muito especial, destinado aos homens honestos, puros e bondosos.

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