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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Morte, estágio de energia Oswaldo Antunes A passagem do industrial mineiro José de Alencar pela vida publica foi curta: durou o tempo de se constatar no seu organismo uma enfermidade que o levaria à consumação. Antes, não participou de política partidária. Saiu, corajosamente, de cargos na classe empresarial, para eleger-se senador e logo depois Vice Presidente da Republica. Mereceu ser apontado como exemplo de vida produtiva, e sob os holofotes da curta vida publica, mostrou a possibilidade de viver sem temor. Esse aspecto predominou na admiração de seu comportamento. Mas, tão importante quanto não a temer foi a postura de falar da morte próxima com naturalidade e até bom humor. Não teve a preocupação de esconder a morte em um momento de justificável culto à beleza da juventude e suas esperanças de desfrutar a vida, principalmente com os avanços dos conhecimentos científicos. Talvez nunca antes na sociedade moderna se tenha evitado tanto o tema obrigatório da morte biológica. Evitado, ignorado e negado por uma equivocada cultura religiosa. E, por conseqüência, a velhice passou a ser, inclusive com leis especificas de proteção, um estado especial, um estagio a ser temido. Fomos ensinados a temer o após morte e sofremos as conseqüências. Todas, ou quase todas, as religiões apontam a inevitável fase terminal de mutação do ser vivo como possibilidade de outra vida de acerto de contas. O teólogo Leonardo Boff publicou no jornal O Tempo, não faz muito tempo, um artigo que, bem refletido, sugere o que vem a ser o desconhecido pós-morte. “Não existe matéria, tudo é energia” – mostrou como a ciência chegou ao átomo, do átomo às partículas subatômicas e aos feixes de onda, até encontrar a energia de fundo, o vácuo quântico, que os cientistas consideram a fonte e origem de todos os seres. A ser essa a imaginável e mais aceitável metáfora daquilo que significa Deus, a noção de como seria a presença e atuação de Deus no mundo está pedindo uma revisão. O que modificaria a visão do pos-morte e fariam mais benignos os conceitos e significados de morte, céu, inferno, juízo, culpa, pecado e outros da arquitetônica clássica da teologia. Não é suficiente constatar que esses conceitos são fruto de uma pura e simples metafísica aristotélica-tomista. Porque desde muitos séculos o remorso por culpas inexistentes, o medo de um juízo final mal entendido, com pagamento eterno pelo pecado de viver um átimo da eternidade, fazem o homem temer e evitar o tema final de sua volta à origem divina e absorção pela energia que tudo cria e renova. A noção mais benigna de Deus com aceitação, para a trajetória do homem, das leis que regem o universo cósmico, talvez seja o melhor caminho para se chegar ao inevitável que, ao ser escondido e negado, provoca medos e insegurança. E não há porque temer a volta ao ponto de partida. Cidade: Montes Claros/MG País:

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