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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Em Moc, violência importada. José Prates Waldyr Sena tem toda razão, quando diz que Montes Claros está parecendo com o Rio de Janeiro, no que existe de pior naquela cidade: a criminalidade com violência que acabou com a poesia e o romantismo dos morros cariocas, mandando embora a passarada que com seu canto era a alvorada ao amanhecer. Agora, em vez do canto das aves, são tiros de fuzis na luta entre traficantes; a sinfonia dos pardais, anunciando o anoitecer, não existe mais. Agora é o matracar das metralhadoras nos confrontos com policiais e ao fim do dia, sob a chuva de balas, o morro inteiro recolhe-se em prece: Ave Maria!. Por falar nisso, cadê Maria, de lata d’água na cabeça que nunca mais subiu o morro? Escondeu-se no barracão de zinco sem telhado, fugindo de bala perdida, aonde a vida humana foi banalizada e é tirada a troco de nada, quase sempre pelo simples prazer de matar. Hoje, quem vive lá no morro está distante do céu. É o Rio de Janeiro de hoje. Acabou a poesia, acabou o sossego e esse desassossego foi exportado para as grandes cidades e Montes Claros foi uma delas. Por isso é que diz que a violência é coisa de cidade grande, aonde o progresso chegou. Mas, quantos não gostariam de devolver esse “progresso” e receber de volta a tranqüilidade que se foi quando a violência chegou? O Rio de Janeiro continua lindo, maravilhoso, na sua geografia encantadora. A sua beleza natural atrai fotógrafos do mundo inteiro e inspira poetas e artistas plásticos. Durante muitos anos, Copacabana foi ícone de beleza urbana que atraia turistas, ganhando fama internacional. Toda essa beleza começou a ser invadida pelo crime organizado na década de 70, promovendo a crescente favelização, não digo consentida, mas, incentivada por governos populistas. A criminalidade chegou a proporções nunca imaginadas e a violência passou a ser notícia cada vez mais presente nos noticiários. Hoje, é difícil saber qual a imagem que se associa ao Rio de Janeiro se a sua beleza natural ou a violência que está passando a produto de exportação. O medo tomou conta do cidadão; a insegurança tolhe os passos e em cada face está a marca da angustia. Polícia com incumbência repressora existe, mas, não existe, porém, uma política de segurança que atinja todos os recantos da cidade. A UPP (Unidade de Policia Pacificadora) implantada há pouco tempo, graças ao empenho do Secretario de Segurança do Rio de Janeiro, tem a finalidade precípua de pacificar a comunidade, eliminando a violência. Sozinha, porém, ela não vai alterar a vida no morro, como se espera. E o ideal é que o morro se transforme em um bairro como outro qualquer. Para isso, é preciso levar para lá as leis e os costumes tradicionais. Se tal não acontecer, o bandido continuará lá porque ele necessita do morro do jeito que está. Enquanto permanecer o morro favela, o traficante, o assaltante, estarão presentes. No caso do morro do alemão, a UPP tirou dali o tráfico de drogas e a bandidagem escorraçada, procurou abrigo em outros locais, alguns fora do Rio, migraram às carreiras, para outras cidades e, até, outros Estados. Os moradores deparam-se com enorme mudança. Afinal, quem arbitrava tudo no morro era o tráfico. Os equipamentos sociais, sem dúvida são bem-vindos, mas as UPPs precisam, sobretudo, de justiça próxima, de juizados de pequenas causas, de subprefeitos, como têm Copacabana e Leblon. Precisam de vida normal. Como em qualquer lugar, não pode haver ´gatonet´, construções irregulares e práticas ilegais. Claro que há necessidade de uma transição até que tudo seja devidamente ajustado. Vamos aguardar. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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