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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Nas Trilhas de Camões e Cervantes Viajar é a própria felicidade. Belos lugares, amplos horizontes e muitas emoções. De volta do velho mundo, Portugal, país de nossos avós. É primavera. Dias mais longos, o sol se põe às 21 horas. Muita luz, brisa suave vinda do Tejo. Há lugares que deixam saudade. Lisboa é um deles. Tantas lembranças, tanta beleza a seduzir quem a visita. A atmosfera de encantamento nos envolve no primeiro instante. A mágica se fez e o que aprendi nos livros de História do Brasil se materializou na beleza de Portugal. Vivi a mesma e idílica sensação de sonho e passado revivido. Na geografia de Lisboa, o encantamento do Chiado, onde sinto Nas Trilhas de Camões e Cervantes Fernando Pessoa, seus poemas e seus heterônimos. Almoço na “A Brasileira” um “bacalhau a Brás” acompanhado do vinho tinto “ Ramos Pinto”, sobremesa o delicioso “Pastel de Belém” – responsável por uns quilinhos a mais – . Subo e desço ladeiras. Vejo castelos, muralhas medievais e monumentos que relembram a história de Portugal. Conheço Lisboa, andando por ruas e vielas, e a cada esquina encontro minhas raízes. Em Alfama, o antigo bairro árabe volto a minha querida Diamantina. Encanta-me a semelhança das igrejas locais com as de Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rei. Os elétricos (bondes) amarelos, num charme único me levam a vários lugares: Mirante de São Pedro Alcântara, local preferido dos turistas e dos jovens de Lisboa. Encanta-me a Praça do Rossio, Praça do Comércio, caminho na linda Avenida da Liberdade; o Mosteiro dos Jerônimos, onde se come o melhor Pastel de Belém do mundo! O monumento aos descobridores, a torre de Belém, o elevador Santa Justa. Anoitece. Jantamos um manjar dos deuses numa típica casa de Fados, ao som da música tradicional e danças folclóricas ingênuas e singelas. Nessa noite conheci a última irmã de Amalia Rodrigues e que também já cantou fados. E, vamos país à fora. Sintra onde deixei um pedaço do meu coração. Cascais à beira mar, o Palácio da Pena, o cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa. Cada vez mais desvendo a história e tradições, monumentos da época dos descobrimentos. Palácio de Queluz, hoje museu em meio aos lindos jardins franceses. Óbidos, suas lendas, pequenas praças, lindas ruelas, flores coloridas nas jardineiras das janelas, formando um conjunto inesquecível. Fátima, onde nos sentimos impregnados de fé em união com o Sagrado. Nosso coração pleno de graças, quando a virgem Maria sai da igreja principal, num andor totalmente coberto por miríades de flores brancas parecendo flutuar no ar. A minha emoção é tão intensa, o quadro se torna indisível. Coimbra e a universidade onde a elite brasileira ia estudar nos primórdios do Brasil, impressiona-nos com a magnífica biblioteca barroca onde milhares de livros, publicados nos séculos XII a XV verdadeiras relíquias, entre elas o primeiro volume dos Lusíadas. Os estudantes com as capas pretas – que charme! – nos acolheram com carinho e muita alegria. Chegamos a cidade do Porto. Cidade onde a parte antiga foi classificada pela UNESCO, como patrimônio da humanidade. Banhada pelo lindo e plácido Rio Douro. Passeamos, de barco nesse rio, brindando com o delicioso “Porto Cruz”. Conhecemos uma cave do “vinho Porto”Vintage”, onde houve degustação, terminando com um almoço típico, num restaurante da Ribeira. Braga, capital da região do Minho e centro religioso mais antigo do País. Daí o ditado “Mais Velho que a Sé de Braga”. Na colina Alto do Bom Jesus, num belvedere, onde situa-se a Igreja do Senhor do Bom Jesus, a brisa inebria, e termos aquela sensação gostosa de estarmos num paraíso. Rodeados de um pequeno bosque e jardins em plena floração revelando um quadro de extrema beleza, fazendo um conjunto admirável com a grandiosidade da igreja. Em Portugal, me senti em casa. A mesma língua, comida, vinhos igrejas, arquitetura, os costumes, casas acolhedoras, mesas fartas, a linguagem dos sinos. Tudo isso herdamos e nos orgulhamos. Ao analisar esses, aspectos, intuí por que Minas Gerais é tão Portugal! Província que mais recebeu a imigração portuguesa na época do Brasil-Colonia. Cultura, costumes, linguagem, arquitetura ficaram preservados entre nossas misteriosas montanhas. Folclore, comida diferenciada em fartas mesas onde exercemos a convivência. Conversas ao pé do fogão, o queijo de Minas, tão famoso quanto o queijo da Serra de Estrela. A amabilidade, a simplicidade em receber: “Entre a casa é sua” – a religiosidade permeando nossas vidas. Dos dias que passei em Portugal ficou aquela deliciosa sensação que teria que voltar. Esse belo país rico em tradição e história, me fascina, me sensibiliza. Um Porto D’honra a esse Portugal apaixonante! Essa crônica é dedicada ao excepcional guia Benjamim, à minha prima Heloisa Netto, ao seu neto Gabriel e à amiga Teresinha Nobre.

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