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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: A junta de bois. Essa estória quem me passou foi Jackson Athayde, odontólogo em Montes Claros, filho do saudoso Wilson, companheiro de Nonô, meu pai, em muitas noitadas. Jackson também já fez sua viagem, prematuramente, para nossa imensa tristeza. Zeferino, sitiante na beira do Rio Verde, tinha o maior ciúme de sua junta de bois. O compadre Juquita precisava arar uma terra e a pediu emprestada. Depois de muito relutar, Zeferino atende o amigo, mas recomenda: — Óia, cumpade, cê tem o maió cuidado pruquê ês tão cumigo desde bizirrim e eu nunca imprestei pra alguém. – Podexá, cumpade, vou tratá seus boi mió do qui trato muié e fio. Começa o serviço. Arava à beira de uma grota, quando um dos bois escorrega, cai e quebra uma perna. Teve de executá-lo. Como dizer o acontecido ao compadre? Três dias depois, chega, macambúzio, ao sítio de Zeferino. — Dia, cumpade. — Dia. — Óia, cumpade, nunca vi junta tão boa. Cê imagina qui gostei tanto deles qui vim propô comprá os boi pelo preço qui ocê pidi. — Num tem preço. Nem todo ouro do mundo tira aquês boi di mim. — Mas, cumpade, ocê num vai levá ês quando morrê. — Se pudesse, levava. — Põe preço, cumpade, eu pago. — Já disse, num tem preço. — Tá bão, vou falá logo a verdade. Nóis é muito amigo e eu tô triste. Um dês morreu onte. Iscorregô no grotão, quebrou uma perna e tive qui matá. — Bão, cumpade, nesse causo os boi já têm preço...

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