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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Ano que vem tem mais Tião Martins Mesmo sem convite, invadimos o teatro do Centro Cultural Hermes de Paula, para contar como foi este ano o Showçaite, inventado em Belo Horizonte pelo saudoso colunista Eduardo Cury e que vem sendo reproduzido há mais de uma década em Montes Claros, sempre com versões inovadoras, por iniciativa de Felicidade Tupinambá. Para isso, utilizamos o prestígio da médica e jornalista Mara Narciso e de uma das atrizes participantes do espetáculo: Márcia Yellow. Uma estava na plateia e outra no palco, mas saíram igualmente felizes com a qualidade do espetáculo, que lembrou personagens, cenas e histórias do cinema brasileiro e mundial. Mara conta que mais de cem intérpretes de todas as idades subiram ao palco. Alguns, com experiência anterior; outros, pela primeira vez. O espetáculo foi roteirizado por Jorge Silveira e dirigido por Paulo di Tarso. Uns poucos (quase sempre os mesmos) fizeram restrições a uma cena ou outra, mas a maioria aplaudiu com sinceridade. No tempo de Eduardo Cury, acontecia a mesma coisa. E Mara jura que ´ano que vem tem mais´. Apesar de respeitar todos os ´atores´, ela dá destaque às cenas em que Márcia Vieira, interpretando ´corajosa e desvestida vampira´, lembra Zé do Caixão, terror e sensualidade; Carlota Joaquina, representada por Lara Araújo, faz rir com seu perfeito sotaque português, e Pamella Scaranzi, como a vedete Virgínia Lane (que foi amante do presidente Getúlio Vargas), dança ao ritmo de ´Sassaricando´. A seguir, Márcia Yellow dá o seu voto, com espontaneidade: - É incrível ver o esforço de todos. É um minutinho apenas, mas um minuto mágico. Perdemos sono, adiamos compromissos, empurramos a fome. Tentamos, erramos, acertamos. Tudo é mágico. Paulinho di Tarso, o coreógrafo, ensina, manda, comanda. Ri, chora, desliza e ama o que faz. É um profissional que ama os amadores e ama o Showçaite. Seu figurino, ela diz, tinha que ser sensual, como pedia a cena. E suas preocupações eram outras: não esquecer o texto, saber onde colocar as mãos e sobreviver ao caixão de defunto do qual teria que sair, em cena aberta. Perguntaram como teve coragem de entrar viva em caixão de defunto. - Dois dias antes, experimentei, para não sentir medo na hora - respondeu. - E nem foi tão ruim. Acho até que gostei. É confortável e sem tampa. Do contrário, não daria para respirar. Mas quem entra nele pra ficar não precisa mesmo respirar. Logo, tudo certo. Minha gente, o mundo é bem mais trágico que um caixão. A mãe dela, que não foi ao espetáculo (estava com o filho doente), viu as fotos e reprovou o figurino mínimo e a embalagem de madeira. Fato previsível, quando se sabe que Márcia apareceu no palco com uma dessas roupas que certas pessoas, sussurrando, chamam de ´íntimas´. A irmã dela também preferia algo menos revelador, mas foi voto vencido. Se atrizes dependessem da aprovação de mães e irmãs para escolher figurinos, só vestiriam roupas de inverno, fechadas até o pescoço e arrastando no chão. As mães são assim. Precisam ser educadas com paciência. E somente depois que a atriz já desceu do palco. Importante é que o espetáculo foi tão bom para Márcia quanto para Mara. Bom para quem foi ao palco e bom para a plateia. E a TV local gravou tudo e deve repetir umas dez vezes, para quem não foi. O que se espera de um show, além disso?

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