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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 26 de novembro de 2024
 

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Mensagem: José Miguel, vitima inocente da violência urbana José Prates Embora estejamos vendo todos os dias e em todos os dias sentindo os seus efeitos, é difícil acostumarmos e aceitarmos a violência que está presente em quase todo país, de norte a sul de leste a oeste, não salvando quase nenhum lugar, seja grande ou pequeno. É triste, é doloroso vermos coisas que acontecem, resultado da violência urbana que não são imagináveis, como é o caso da pobre mãe debruçada no caixão mortuário do filho de seis anos, chorando a sua morte por uma bala que dizem perdida. Custa-nos a crer que numa cidade como Montes Claros, norte de Minas que no passado, conhecemos pacata, hoje, possa apresentar um quadro tão doloroso como este que teve como vítima o menino José Miguel. É culpa de quem? de ninguém porque é de todos nós que não soubemos criar uma sociedade que não vê em cada membro um irmão, mas, um rival, um concorrente, um inimigo. E o resultado ai está diante de nossos olhos em lágrimas ao ver essa mãe debruçada sobre o caixão do filho inocente, brutalmente assassinado. Foi falta de segurança pública que motivou tão brutal crime? Não. Foi falta de amor ao próximo, foi desprezo pela vida humana que hoje, infelizmente, está banalizada, sem qualquer valor. De algum tempo para cá, a violência e o desemprego são a causa da principal preocupação que atinge a população que a cada dia sente-se mais prisioneira, refém do medo. A sensação de insegurança própria e principalmente dos filhos, inquieta os pais que temem pela integridade física e mesmo a vida dos filhos criados num ambiente de dor e muitas vezes de desespero. Isto, lamentavelmente, com a continuação, vai-se amoldando na alma do jovem levando-o a encarar a tudo como normal. A banalização da violência, quer por aceitação passiva ou por justificativas, acaba reduzindo-a a um problema de política, com vítimas. É uma política social, naturalmente complexa. A complexidade e a abrangência da violência, quer pela sua intensidade, pelo seu crescimento global, quer pelo seu valor e significado social e pelo seu espectro de formas e consequências na adolescência, merece ser tratada como uma prioridade social. porque ela está na sociedade. Para tanto, é necessário observá-la como uma realidade e uma uma má atividade humana que deve ser combatida com vigor, não apenas através da força bruta em ação, mas sim das forças humanas física e psíquica exercidas a serviço dessa finalidades. Não é possivel assistirmos a um drama como ese do menino José Marques sem pensarmos em buscar uma solução dentro da propia sociedade, ao envez de ficarmos apenas, a clamar contra a insegurança que nós mesmos criamos quando aceitamos e banalizamos a violencia urbana. Não podemos dizer que seja fácil a solução do problema porque combater a violencia pode, também, trazer violencia se não houver a capacitação social para isso. Para um enfrentamento das causas, a participação de toda a sociedade tanto cobrando soluções do Poder Público como se organizando em redes comunitárias de proteção e apoio, de desenvolvimento social e mesmo de questões de segurança pública – é um caminho apontado pelos especialistas. Não significa substituir as funções do Estado, mas trabalhar em conjunto. E é importante não transformar o diagnóstico, a identificação das causas, em motivo para evitar que a ação de combate seja, também, violenta. Grande parte das ações necessárias está na gestão urbana, que compete aos municípios. Como a segurança pública é tarefa dos Estados, é preciso haver integração entre políticas urbanas e políticas de segurança pública. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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