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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Catopés e Marujada José Prates Três pequenas figuras que minha sobrinha Nena me enviou, coloquei ao lado da igrejinha dos morrinhos, enfeitando a mesa do computador, para tê-las, todos os dias, sob minha vista.. São miniaturas de catopé, marujo e índio que me fazem recordar as festas de agosto que estão às portas, quase chegando, mas, eu estou aqui, entregue aos meus compromissos, sem poder ir até lá. Aquele espetáculo com. a dança dos catopés e marujos da congada na “chegança” do Rei e sua comitiva, no largo da Igreja do Rosário que assisti pela primeira vez em 1951, os anos, tantos anos que já passaram, não conseguiram apagar de minha lembrança aqueles momentos de curiosidade e admiração pelo belo espetáculo apresentado ao ar livre, para uma platéia atenta e curiosa. Estava recém casado com uma montesclarense, mas, ainda não conhecia os catopés nem as congadas que ficaram, então, guardadas na memoria. Agora, meio século depois, neste momento, essas figurinhas me trazem à lembrança aqueles dias de festa, abrindo a cortina do grande palco de minha memória onde os catopés e marujos aparecem dançando. Paro, fecho os olhos e deixo que o espetáculo se desenvolva apresentando tudo que está guardado como relíquia. Naquele agosto de 1951, depois das festas, passada a emoção, para satisfazer a minha curiosidade com relação a tudo que assisti, procurei o saudoso Dr. Hermes de Paula, médico e historiador, que me contou a história da festa e quem foram seus personagens. No próximo agosto, passa dos cem anos as festas que o montesclarense realiza nesse mês, nos dias 17 a 21, homenageando Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo de uma maneira que envolve a população e visitantes pela beleza e originalidade dos festejos. Além das celebrações de cunho genuinamente religioso, essa festa prima pela apresentação folclórica dos “catopés”, “marujadas” e “cabocladas” que se tornam a grande atração do evento além dos festejos religiosos propriamente ditos. A “marujada” é uma espécie de teatralização de uma epopéia maitima, exaltando o desempenho dos marujos. Diz-se da chegada do Rei Angolano com sua comitiva, feito escravos. Os que o conheciam e o seguiram ao cativeiro, celebraram a sua chegada com festejos e homenagens. Os marujos saem dançando pelas ruas, entoando canções suaves, que agradam a todos. Em formação de colunas, com instrumentos musicais, dirigem-se em cortejo até a igreja de Nossa Senhora do Rosário, a fim de participar das festividades do mês de agosto. Os “caboclos” ou “caboclinhos” é uma espécie de homenagem ao indígena brasileiro que se rendeu à religião cristã. Além desses ´Caboclinhos´, o grupo é completado por uma figura infantil, o ´Caciquinho´, por seis figuras adultas, dois porta-bandeiras e os músicos. Os adultos envergam roupas enfeitadas de penas e muitos balangandãs, sem qualquer semelhança com trajes indígenas. Todos os componentes desse conjunto assistem à Missa e acompanham silenciosos os festejos Os ´Catopês´ ou ´Dançantes´ correspondem aos ´Zumbis´ ou às ´Congadas´ de outros lugares, mas com adaptações regionais. Os participantes agrupam-se em ´temos´, contendo cada um deles cerca de vinte pessoas, entre adultos e crianças, todos homens. Com vestimentas simples, os ´Catopês´ nos dias das festas saem pelas ruas cantando ao ritmo de tambores, e formam um cortejo com o rei, a rainha, membros das famílias dos festeiros, o povo da cidade e a banda de música, que acompanham o séqüito até a igreja de Nossa Senhora do Rosário. Quando olho para as figurinhas, na parte superior do “rack”, todo aquele passado vem-me à lembrança, no palco da memória e eu transmito isto a você porque o espetáculo é belo. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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