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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: No meio do caminho Manoel Hygino dos Santos Neste meado de ano, já caminhando pelas vias do acaso, um extenso e intenso programa assinalou, em minha cidade natal, os 45 anos de fundação da Academia Montesclarense de Letras, sob a sóbria e sábia presidência de Yvonne Silveira. É claro que aqui faço um registro apenas, que começa pela notícia de abertura das comemorações, com o lançamento do segundo volume da Revista da Academia. Em agosto, a doutora Ivana Ferrante Rabello fez palestra sobre ´Grande Sertão: Veredas´, a obra maior de Rosa; houve lançamento do livro ´Sabenças e Crenças no Norte de Minas´, da acadêmica e folclorista Clarice Sarmento; e posse dos neoacadêmicos José Jorge Nunes Silveira e Luiz Carlos Vieira Novais. Para setembro, exibição de documentário sobre Antônio Dó, personagem mítica do sertão mineiro, produção realizada pelos universitários de Comunicação da Universidade Federal de Viçosa; homenagem aos fundadores do sodalício e lançamento do livro ´Cantar de Amiga´, da incansável acadêmica Yvonne Silveira. Outubro marcará o lançamento do livro ´De Pilão Arcado a Montes Claros´, de Agnaldo Ribeiro de Souza e entrega do diploma de sócio benemérito à saudosa Dália Fróes; recital de poesias; palestra sobre ´O Amanuense Belmiro´, de Cyro dos Anjos, por Karla Celene Campos. Em dezembro, lançamento do III volume da Antologia da Academia e lançamento de ´Balangador de Rede´ de Itamaury Teles; encerrando-se a programação em dezembro, que afinal já 2012 bate à porta, pedindo passagem. A cidade em questão é um centro importante historicamente, não se cingindo sua significação ao âmbito econômico ou como berço de personalidades. Aliás de lá são dois membros da Academia Brasileira de Letras, Darcy Ribeiro e Cyro dos Anjos, vultos eminentes de nossas letras, de nossa cultura e de nossa comunidade intelectual. Para confirmar, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e a Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e caboclinhos promoveram, no oitavo mês, o 33º Festival Folclórico e a abertura das Festas de Agosto, uma tradição preservada com especial carinho, nesta época de fácil esquecimento. Como escreveu o jornalista Paulo Narciso, em quem se enraízam os mais puros sentimentos de amor à cidade natal, ao sertão mineiro, à autenticidade de nossas fontes de cultura, em agosto também ali atracou a Nau Catarineta, desembarcando marujos, catopês e caboclinhos. Fincou-se o mastro de Nossa Senhora do Rosário, enquanto se puxou o Reinado, da Praça do Automóvel Clube (ou seja, a João Alves, em que se deu o entrevero de 6 de fevereiro de 1930), seguindo as participantes para o local de tradição, a igreja do Rosário, original. Lastimavelmente, para não deixar de confirmar que agosto pode ser de mau agouro, um grupo de dançarinos quilombolas, que se dirigia para as Festas de Agosto, capotou várias vezes na região de Capitão Enéas. Pelo menos nove pessoas perderam a vida e o ensejo de assistir à mais tradicional festa folclórica do sertão mineiro. É muito triste.

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