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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Missão de Um Pai Ruth Tupinambá Graça A palavra Pai tem a sua origem no latim “patre”. É também chamado de genitor, progenitor ou ainda, gerador e, normalmente, é a figura masculina de uma família. Comumente o termo assume um cunho religioso, proveniente da igreja cristã e da judaica, sendo um dos epítetos de Deus. Também é a primeira pessoa da Santíssima Trindade. Pai é aquele que cuida. É a coluna que sustenta em seu abrigo e protege vidas que estão por vir. Ele gera, ele cria, ele cuida, ele ensina. Ele ama. Sempre. É assim que vejo a figura de um pai. É sublime ser pai, mas é intensa a responsabilidade. O adulto é a criança que o tempo amadureceu. Na criança, já está projetado o futuro adulto. É na infância que o adulto está sendo projetado, construído e formado. Por isto a infância, qualquer infância, de qualquer criança, de qualquer país, classe social, rica ou pobre, negra, branca, ou oriental, foi, é e será , talvez a mais importante fase da vida de qualquer pessoa. Qualquer acontecimento ou evento – acontecido neste período - será decisivo e determinará toda uma trajetória futura de vida. Será uma benção ou uma maldição, que nos acompanhará por toda nossa vida. Quantos adultos se debatem hoje numa perplexidade existencial, tentando entender porque são vitimados por angústias inexplicáveis que lhes apertam o peito. Melancolia, tristeza, e amarguras constantes. Depressões avassaladoras e súbitas, surgidas exatamente quando tudo parecia tão bem. Sem nenhum motivo aparente. São reféns de ´um grande eu´, uma segunda e perigosa natureza que os domina implacavelmente, e com a qual não sabem lidar. A raiz do problema, quase certamente e na maioria dos casos, estará relacionada ou foi claramente provocada durante a infância. Seres humanos pequenos, indefesos e em formação que foram um dia expostos a grandes tormentos, aflições, violências, vergonhas, humilhações e maus tratos. Estes acontecimentos provocarão chagas e feridas que nunca cicatrizarão por toda uma vida. Assim sendo, seguirão assombrando e, por conseguinte,desorientando, dificultando, inviabilizando e até destruindo a vida desta criança, quando ela for - um dia - um adulto. Trajetórias humanas negativamente afetadas e arruinadas. A vida de uma criança é uma folha em branco, onde uma vez escrito algo, nunca poderá ser apagado! Para o bem e para o mal ! Por isto, este que tem o poder de escrever na folha da vida de uma criança, seja ele quem for, não pode ou nunca deveria errar. Se for o pai, não terá jamais este direito! Errar? Nunca, jamais, em tempo algum! Não se escreve rascunhos para uma vida. Tudo o que for escrito, valerá. Não poderá ser apagado. Jamais! Oh! Meus queridos pais. Desculpem-me por ter sido tão prolixa. Viver hoje está difícil e mais ainda educar filhos! O mundo hoje é só maldade, o nosso amado torrão lentamente se esfacela... As florestas são impiedosamente saqueadas por gananciosos. Desrespeitam a natureza, espalhando a poluição, sacrificando os pulmões. Os rios de águas tão límpidas transformadas em tintas poluentes. E, nesta luta cega, marcham os anos, dia após dia, ano após ano... Vocês, queridos Pais, São uns heróis. Sofrem em meio a esta turbulência para criar e educar seus filhos levando-os pela melhor estrada! Queremos homenageá-los pela sublime missão e que Deus os abençoe e os proteja em todas as horas: horas de dúvidas, horas de mágoas, horas de agonias, de ansiedade e melancolia. Que Deus as transformem em horas de sonhos, horas de alegrias e realizações, horas de encanto e felicidade, suaves, límpidas cheias de harmonia. Vocês merecem. (N. da Redação: Ruth Tupinambá Graça, de 95 anos, é atualmente a mais importante memorialista de M. Claros. Nasceu aqui, viveu aqui, e conta as histórias da cidade com uma leveza que a distingue de todos, ao mesmo tempo em que é reconhecida pelo rigor e pela qualidade da sua memória. Mantém-se extraordinariamente ativa, viajando por toda parte, cuidando de filhos, netos e bisnetos, sem descuidar dos escritos que invariavelmente contemplam a sua cidade de criança, um burgo de não mais que 3 mil habitantes, no início do século passado. É merecidamente reverenciada por muitos como a Cora Coralina de Montes Claros, pelo alto, limpo e espontâneo lirismo de suas narrativas).

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