Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: RITOS DE PASSAGEM Quando eu finalmente deixar este mundo bipolar, concluída em parte, ou em seu todo a minha missão, quero de sentinela no velório uma comitiva de amigos diletantes e lindas mulheres... Paulinho Relojoeiro, o globtrotter do Quarteirão, com seu indefectível órgão eletrônico de quinta categoria executando a sua composição maior Li, Li, Li, na versão inglês e cantando com voz amacarronada, Só para ironizar a dita morte tão temida... O notável escritor Augusto Vieira Neto, vindo das Alterosas, suando muito, a relatar a nossa última farra na noite belo-horizontina. As noitadas de tango que curtimos na Boate Papillon, com as Mariposas da Noite. E que deposite no ataúde uma garrafa de Viriatinha, das antigas... Presente Tico Lopes, o venerável mestre benzefala, imitando respectivamente, Zé Amorim e Joanir Maurício, dobrado sob peso do trabuco na cintura. E que fale também de Darço Cabeludo e comande um lundu com a participação de todos os presentes... Um côco de Zezinho da Viola, Samys Dave Junior sapateando a operata Porgy and Bess, Virgínia de Paula, uma bruxa charmosa, a relatar e lamentar que eu era um ser trágico e infantil... O poeta Felippe Prates, gentil, alardeando as minhas qualidades literárias... Quero um cartão com uma mancha do batom carmesim da jornalista Genoveva Ruys e que esteja apenas escrito... Ele era lacônico! Uma lingerie negra de alguém que não direi o nome, puro encantamento, de quem mereci e a mim me dedicou um enorme carinho, enchendo a minha pobre alma de absoluto contentamento!... Estarei usando uma camisa Prist listrada, um Sumer de linho S120 branco, sapato Sacatamachia de verniz e no bolso um lenço de organdi, tocado pela fragância do perfume Amariage, de Givenchy, usado por Letícia. Insisto, que haja, na ocasião, a presença de várias lindas e charmosas mulheres... Os olhos azuis de Cynthia Bernis, a expressão magnética e embriagadora de Cláudia Cardoso, a misteriosa mirada de Denise, as fantásticas janelas da alma de Conceição Melo e de Márcia Prates... Flavão Andrade na cabeceira da mesa de comando da Rádio www.pequi.net, executando a trilha sonora das exéquias em espirais metálicas. O solo da bateria de Sinatra em Homem do Braço de Ouro, Ray Charles cantando a sua versão de Eleanor Rugby, o álbum Sgts. Peper, Cauby Peixoto, interpretando, teatralmente, Conceição e Nelson Gonçalves em A Camisola do Dia... Koko Taylor em seu canto do cisne em Old Scholl, Chet Baker encantando com These Foolish Things. Waldemar Euzébio solando Malquenã, Geraldo Maurício, o Nenzão no seu pinho, em Garota de Ipanena e outras bossas do Beco das Garrafas... E ao baixar à campa, que se ouça um solo no metal de Mardem Barros, em Sumertime... Dentro do ataúde, confeccionado em tábua de caixote apanhado em porta de loja, vários objetos: um isqueiro Romson, uma carteira de cigarros Columbia, o meu Colt Cavalnho 38, o cordão de São Francisco e o patuá de Sete Nós da Roda de Aruanda, do gongá de Mãe Meninha do Cantois, ou um amuleto benzido por Didi, Afô de Ofonjá... Forrando o fundo do dito Paletó de Madeira, quero a trilogia de Platão, o Germinal de Zola, os Manuscritos das Leis de Nodim, O Caminho do Meio, de Láo Tse, A Cidade de Nove Portas, de Sidharta, Gautama, o Gitá de Vhyasa. As Estâncias de Dzian, de Blavastsky, O Deserto dos Tártaros, de Buzzate, As Folhas da Relva, de Whitman... E ao singrar o Letes, a bordo do barco de Caronte, quero ler os ensaios de Lampedusa sobre os Stean of Consciense de Joyce e, de quebra, o seu Leopardo... Poemas de Tagore, O Corvo de Baudelaire e a epopéia Navio Negreiro de Castro Alves; O.Henry, Jack London, as Vinhas da Ira, de Steinberg, o América, de Kafka, as fábulas de Esopo, as narrativas de Kipling... Por fim, quero uma cópia da Carta do Apóstolo Paulo a Rufo, bispo de Tortosa em que ele relata o trecho de uma confissão feita ao Criador : “Senhor! A minha alma voltou-se para o chão!”... Deixo este mundo de manifestações e, embora seja uma alma/instrumento, busquei tão somente a Sustentabilidade...

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima