Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: Personagem de Darcy Manoel Hygino dos Santos - Jornal ´Hoje em Dia´ O amigo e confrade Danilo Gomes, da Academia Mineira de Letras, poeta, cronista, marianense de quatro costados, nos princípio deste ano, me enviou página inteira do ´Correio Braziliense´ sobre Darcy Ribeiro, um cidadão brasileiro que não se esquece. Pois o filho de Dona Fininha foi focalizado também em sua terra natal por Wanderlino Arruda, que discorreu sobre ele na galeria Felicidade Patrocínio, em uma ´conversa´ de duas horas e meia, segundo Mara Narciso, jornalista e médica. Segundo Mara, Wanderlino ´desnudou Darcy´, o que é altamente perigoso. Os antigos tinham medo ou faziam de conta que estigmatizavam o nu. Mas Darcy surgiu pessoalmente, despido, ou através de um de seus personagens, no romance ´O Mulo´, incessante objeto de discussão. O expositor afirmou que o cerne da história é o tio do autor, Filomeno Ribeiro, que eu conheci em tardes calorentas sentado à porta de sua casa no centro da cidade, de terno branco, sob calor intenso. O personagem do livro tem algo de Filomeno, coronel de fato, rico, nome de cinema na cidade e antigo chefe rural. Só que na ficção do Fundador da UnB, a história se passa em Goiás, perto de Brasília, anos 60. Costumes dos moradores de Montes Claros e do lugar do personagem do romance são semelhantes, no que já está identificado pelo escritor Alaor Barbosa, nascido em Morrinhos, GO. O goiano do romance é Philo-gônio Castro Maya, nascido sem pai, mãe ou nome. Ganhando idade, foi curador de bicheiras, piolho de soldado, muleiro, tropeiro e fazendeiro. Darcy transformou em prosa alguns versos que fizera, mudando apenas a disposição das frases. ´O mulo´ é um romance corajoso e, como sói acontecer em outros congêneres, nele não se sabe distinguir a realidade da ficção. Seu Filó tinha comportamento contrário ao de Darcy em relação aos negros, no que foi prejudicado politicamente. Em compensação, os de cor o chamavam de mulo, embora as muitas mulheres que percorreram sua vida. Entanto, há de se dar a versão de que o mulo poderia ser o próprio educador e escritor, porque tampouco deixou descendência. Aliás, a questão do sexo aparece desde a infância ou adolescência do personagem de modo não suficientemente claro, mas se admitindo que a iniciação costumava acontecer com animais no interior do país. Ao fim da leitura, permanecem as dúvidas sobre o polêmico personagem que Darcy descreve. Até onde a ficção, até onde a realidade? De todo modo, o tema é instigante, como Fhilogênio Castro Maya, cujo primeiro nome lembra indesviavelmente o coronel norte-mineiro, uma figura singular na vida política e social de sua cidade. Ao término da existência terrena, Castro Maya começou a se preocupar com Deus e a tentar chantageá-lo, segundo Mara, prometendo deixar tudo que tinha à paróquia, conforme confessava ao cura local, seu confessor, a quem tratava de ´seu´ padre ou ´meu´ padre. Para as noites cálidas do sertão mineiro, a longa palestra de Wanderlino Arruda serviu para apresentar Philogônio e advertir para a personagem real, isto é, Darcy Ribeiro, que viveu entre índios parte do tempo entre nós, nunca se apegou a bens pessoais, sofreu câncer, fugiu do hospital, mas tinha uma casa em frente ao mar no Rio de Janeiro, longe de filhos que não teve.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima