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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: MONTES CLAROS, REFERÊNCIA NA EDUCAÇÃO JOSÉ PRATES O artigo do Sr. Tadeu Leite, ilustre Prefeito de Montes Claros sobre o ensino municipal, chegou quase junto com a matéria da revista VEJA que apresenta Montes Claros, como referência na educação. Essa publicação da VEJA refere-se à situação atual do ensino na cidade, levando em conta a multiplicidade de educandários superiores que naturalmente, cresceu em número e qualidade de estabelecimentos, para atender à demanda que não é só do lugar, mas, de quase todos os municípios da região, inclusive sudoeste da Bahia. Isto já acontecia na década de cinqüenta, com o ensino médio, porque como acontece hoje com o ensino superior, naquela época, na região norte do Estado, só em Montes Claros existiam ginásios e Escola Normal. O número de estabelecimentos de ensino médio que chamavam de ginasial, não era grande, mas, atendia à demanda. Existia a Escola Normal Estadual; o Colégio Diocesano, o Instituto Norte - mineiro de Educação que formava técnicos de contabilidade, chamado, simplesmente de Instituto, o colégio Imaculada Conceição, das Irmãs de Caridade, que era chamado simplesmente de Colégio Imaculada, que recebia para o internato, as meninas que vinham de outras cidades. Vemos, então, que há sessenta anos passados, embora sem nenhuma escola de curso superior, porque essas eram quase todas nas capitais, Montes Claros era referencia no ensino, atendendo, como hoje as faculdades atendem, aos jovens de outras cidades. Os professores que militavam nesses estabelecimentos eram competentes e dedicavam-se exclusivamente ao ensino, como o Professor Márcio Aguiar, ex seminarista, professor de português e latim. Mudanças houve no ensino medido, ao longo de cinqüenta anos, mas a posição de Montes Claros em relação ao ensino continuou e continua a mesma do passado. Não podemos hoje, dizer que a escola publica de ensino médio que agora existe seja igual á de cinqüenta anos passados. Não pode ser comparada porque é incomparável não no conteúdo, nem nos professores ou na forma de ensinar. A diferença é a sua importância na qualificação do sujeito, para o trabalho. Nas décadas de quarenta e cinqüenta a formatura no ginásio dava ao formado um status elevado, capaz de lhe garantir facilidade de acesso a um bom emprego, o que hoje não acontece. Chegar ao ginásio era tão difícil quanto difícil é hoje, atingir a faculdade. Os candidatos passavam pelo curso de admissão ao ginásio que era de três meses e fora do alcance de jovens filhos de famílias pobres. Se voltarmos, então, aos anos 50, 60 e inicio de 70, vamos encontrar as escolas públicas de ensino médio regular, não profissionalizante, como preparadoras para ingressarem nas universidades, jovens da elite cultural, originários da elite econômica e de classe média em ascensão. Aconteceu porem, que o ensino médio publico teve um crescimento numérico exponencial, em escala inédita que não acompanhou a necessária transformação de qualidade, tanto que perdeu a condição de ensino médio, integrando-se ao primário. Entretanto, como dizem que há mal que vem para o bem, acabou a exclusividade para a elite econômica ou classe media alta e hoje, o ginasial reformado recebe aluno que antes, sequer o conhecia, facilitando a muitos o ingresso na faculdade. Esse processo que se desenvolveu ao longo de cinqüenta anos, é preciso ser compreendido e analisado e adequar a escola pública para receber estes novos alunos, nem sempre conscientes do que pode esperar dela, para promover sua qualificação para o trabalho digno, a continuidade nos estudos, a participação social e política, enfim, para a realização pessoal com cidadania plena. Há muitos desafios no caminho do cumprimento dessas metas, entre os quais, o desenvolvimento de novos projetos pedagógicos para essas escolas, a melhor formação e remuneração de seus professores e a correspondente atualização das práticas e equipamentos escolares. É o que se vê, hoje, em todo o país. Montes Claros, pelo que diz o Sr. Prefeito e como referência no ensino, nada mudou e, portanto, não é de hoje essa honrosa posição. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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