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Mensagem: Preso liberta refém após 24 horas de tensão – Girleno Alencar - Detento exigiu localização de parentes para soltar mulher rendida durante visita a presídio em Montes Claros – O presidiário baiano Pedro Francisco Vieira liberou, ontem, a mulher que ele fez refém durante 24 horas no Presídio Regional de Montes Claros. A cabeleireira Cleide Márcia Oliveira Santos foi solta às 12h10. Ela estava em poder do detento desde domingo, quando foi visitar o filho na mesma unidade. Acusado de três assassinatos e um estupro, Pedro alega que articulou o seqüestro para forçar a polícia a permitir que ele encontrasse a própria família. Apesar das ameaças de morte que sofreu, Cleide foi liberada sem ferimentos. Segundo a polícia, Pedro premeditou a ação e teria conquistado a confiança dos agentes penitenciários, dizendo que corria risco de ser morto por outros internos. Mas uma falha na segurança também teria facilitado o seqüestro: o cadeado da cela de Pedro estava destrancado no domingo, dia de visita. Quando um agente chegou para entregar o almoço ao presidiário, foi atacado por Pedro, armado com um “chuço”. No corredor, o preso viu Cleide e a fez refém. A principal exigência do seqüestrador era a de que a família dele fosse avisada sobre a prisão. Para libertar a cabeleireira. Pedro quis a presença da imprensa. Às equipes de reportagem, ele afirmou que tomou conhecimento de que teve a própria morte encomendada por R$ 100 mil, que foi vítima de quatro tentativas de homicídios e que temia morrer na cadeia. O bandido só se rendeu depois de falar, por telefone, com uma irmã e com um sobrinho que vivem na cidade de Prado, no Sul da Bahia. Os parentes foram localizados depois que a polícia fez um apelo por meio de uma rádio local. A irmã de Pedro, identificada como Rosa Francisca, ligou para o Presídio Regional de Montes Claros. Com a irmã, ele falou que estava preso e não tinha advogado, que temia morrer e que precisava de proteção. Também pediu para que Rosa procurasse a Justiça. A refém foi libertada após a ligação e o criminoso, levado para um hospital. Ele é portador do vírus da Aids e precisou de socorro médico pois furou o corpo para evitar que alguém tentasse segurá-lo. O episódio mobilizou até uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar, em Belo Horizonte. Os policiais, que são treinados para negociar a libertação de reféns, foram levados até o Norte de Minas de avião. Segundo a polícia, Pedro teria cometido três assassinatos. Além disso, ele é acusado de ter estuprado uma adolescente de Almenara, na mesma região. A jovem teria sido contaminada pelo vírus HIV após a violência. Filha de um ex-prefeito daquela cidade, a moça ficou grávida do agressor e cometeu suicídio. Preso sob acusação de estupro, Pedro ficou detido em Teófilo Otoni, foi levado para a Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá e, de lá, acabou transferido para Montes Claros. Sob a escolta de policiais militares, ele disse ao Hoje em Dia, ontem, na Santa Casa, que teve a idéia de fazer uma mulher refém para “chamar a atenção para a situação”. Segundo Pedro, nenhum parente dele sabia da prisão. Ele afirmou que não pretendia matar a cabeleireira e que espera ser transferido para a Bahia, para ficar perto da família. Cabeleireira foi usada como ‘escudo’ humano Escolhida, por acaso, para ser refém de um preso, a cabeleireira Cleide Márcia Oliveira Santos disse, ontem estar traumatizada com cadeias e presídios. Ela ficou com as mãos amarradas e “presa” ao detento Pedro Francisco Vieira durante 24 horas, em Montes Claros. A mulher tinha ido ao presídio visitar o filho Pedro Henrique, de 19 anos, que está preso desde 26 de janeiro, acusado de assalto. Cleide disse ao Hoje em Dia que foi usada como “escudo” pelo criminoso. Ela afirmou ainda que um dos momentos mais tensos do cárcere aconteceu quando Pedro achou que a polícia fosse invandir a cela para prendê-lo. Nessa hora, segundo a cabeleireira, o criminoso a apertou contra o próprio corpo. Ele não teria dormido durante um minuto sequer. “Estava tenso o tempo todo”, disse Cleide. A mulher afirma que o presidiário gritou várias vezes que a mataria se o local fosse invadido. Mas que teria se tranqüilizado após falar com a irmã, que mora em Prado, no interior da Bahia, por telefone. De acordo com a polícia, esta não foi a primeira vez em que Pedro se envolveu em um tumulto no Presídio de Montes Claros. Em 14 de dezembro, ele teria atacado um dos presos com uma lâmina de barbear. Depois, fez greve de fome por sete dias. Por isso, foi colocado em uma cela isolada, usada para as visitas íntimas. No local, teria escrito que tinha matado sete e que mataria “quantos fossem necessários”. A confusão na unidade prisional, no domingo, quase terminou em rebelião. Quando os outros presos souberam que uma mulher, parente de um dos internos, havia sido feita refém, os outros 894 detentos começaram um motim. Os ânimos só se acalmaram após a polícia informar a identidade da vítima. Estado de Minas - 24 horas de pavor Cabeleireira é feita refém durante visita ao filho no Presídio Regional de Montes Claros na tarde de domingo. Cleide Santos foi ameaçada de morte e de ser contaminada com HIV - Luiz Ribeiro - Durante 24 horas a cabeleireira Cleide Márcia Oliveira Santos, de 38 anos, viu a morte muito de perto. Dominada pelo detento Pedro Francisco Vieira, de 33 anos, no início da tarde de domingo e ameaçada de morte com uma arma na altura do pescoço dentro de uma cela no Presídio Regional de Montes Claros, a cabeleireira foi libertada ao meio-dia de ontem. “Foi uma vitória sobre a morte”, comemorou o tenente Francis Albert, do Grupo Ações Táticas Especiais (Gate), de Belo Horizonte, responsável pelas negociações que resultaram no desfecho do caso após horas de tensão e pavor. “Tive muito medo de morrer, pois o tempo todo ele (o sequestrador) dizia que iria me matar na hora que os policiais invadissem a cela. Foi apavorante”, disse Cleide Márcia, já em sua casa, no bairro Santa Laura, em Montes Claros. O drama da mulher começou ao meio-dia de domingo quando ela foi visitar um filho que está preso e acabou sendo dominada por Pedro Francisco. Com um chuço (arma artesanal) e um espécie de estilete feito com lâmina de barbear e um cabo de escova de dente, Pedro, ameaçou matar Cleide Márcia, caso suas exigências não fossem atendidas. O presidiário é portador do vírus da Aids e se fez cortes nos braços, ameaçando contaminar a cabeleireira. A unidade prisional, localizada no bairro Jaraguá, está superlotada com 900 presos, sendo que tem capacidade para 595. A cela foi cercada por policiais militares e ambulâncias do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Móvel de Emergência e Urgência (Samu) foram para o local. Pedro Francisco – que tem uma longa ficha criminal, incluindo vários homicídios, estupros, sequestro e assalto à mão armada – escreveu uma carta pedindo garantia de vida, sob a alegação que sua morte foi encomendada por R$ 100 mil, e a presença da imprensa. Também exigiu ser transferido para alguma penitenciária no Sul da Bahia, onde mora sua família. A direção do presídio e os policiais envolvidos na negociação argumentaram que antes de ir para outro estado ele teria que cumprir pena em Minas, mas ofereceram a levá-lo para outra unidade prisional em território mineiro próximo à divisa com Bahia. O detento não aceitou. Rádio comunitária Já se aproximava das 23h quando a equipe do Grupamento de Ações Táticas Especiais (GATE) chegou ao presídio de Montes Claros para assumir as negociações. Mas o detento reagiu contra a presença da equipe especializada, gerando momentos de muita tensão. A situação foi controlada e uma nova rodada de negociação foi iniciada e avançou madrugada adentro. Após aceitar a transferência, Pedro fez outra exigência para libertar a refém: queria falar com um parente por telefone para contar sua situação, já que há vários anos não mantinha contato com os familiares. O pai e uma irmã vivem em Prado (BA) e um outro irmão mora em Vila Velha (ES). No entanto, o serviço de inteligência da PM não conseguiu localizá-los através dos telefones e endereços fornecidos. O seqüestrador também exigiu que sua carta de reivindicações fosse lida em voz alta próxi mo à cela, com a presença dos representantes da imprensa, e que uma psicóloga fosse chamada. Às 11h35min, a PM de Minas finalmente conseguiu contato telefônico com a irmã do detento, Rosa Francisco Vieira, em Prado (BA). A mulher foi localizada após o setor de inteligência da PM ligar para a Rádio Comunitária FM 104, de Prado, que anunciou que Rosa estava sendo procurada. “Fizemos o anúncio e 10 minutos depois a Rosa apareceu. Ela disse que fazia quatro anos que não via o irmão. Que ele sempre se envolveu em coisas erradas e que nem tinha mais esperança de que estivesse vivo”, afirmou Benedito Dantas de Oliva, diretor da rádio. O tenente Francis Albert ligou para o telefone da própria rádio e conversou com Rosa Francisco. Logo em seguida, a colocou em contato com o irmão. Assim que terminou o telefonema (durou 21 minutos), o seqüestrador liberou a mulher. Pedro Francisco foi atendido na Santa Casa de Montes Claros. Antes de ser levado para a delegacia para ser autuado em flagrante pelos crimes de tentativa de homicídio, seqüestro e cárcere privado, ainda no hospital, ele declarou que não tinha intenção de matar a refém, mas apenas ter a atenção da policia, garantir sua vida e ter contato com seus parentes, com os quais não falava havia vários anos. Na tarde de ontem, o diretor do Presídio Regional de Montes Claros, José Pedro Oliveira, informou que, de imediato, o detento será transferido para a Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá (a 60 quilometros de Montes Claros). “Depois, a Superintendência de Administração Penitenicária (Suapi) deverá alguma outra providência em relação ao preso”, garantiu José Pedro Oliveira. Três perguntas para.. Cleide Márcia Oliveira Santos, 38 ANOS, cabeleireira - A cabeleireira Cleide Márcia Oliveira Santos, de 38 anos, deixou sua casa simples, no Bairro Santa Laura, em Montes Claros, para visitar o filho Paulo Henrique Oliveira Santos, de 19, que desde agosto está preso por ter cometido um assalto à mão armada. Cleide levou bolachas, água e refrigerante para o filho, mas antes de chegar à cela do filho foi dominada por outro detento. A cabeleireira conta que praticamente o tempo todo teve medo de morrer. Mesmo assim, seguiu “todas as ordens” do sequestrador e procurou manter a calma. 1) Qual foi o pior momento? Todos os momentos foram difíceis. Tive medo de morrer o tempo todo, pois a toda hora ele (Pedro Francisco Vieira) gritava que se os policiais invadissem a cela iria me matar e aproximava a arma do meu pescoço. Fiquei muito traumatizada. Foi apavorante. Acho que nasci de novo. 2) Quando você achou que a situação estava mais complicada? Teve uma hora em que achei não iria sair viva mesmo. Não sei o que aconteceu, minhas vistas escureceram e fiquei meio ‘tonta’. Ele (o sequestrador) disse que eu estava mexendo muito. Naquele momento, pensei que iria morrer mesmo. 3) Como Pedro Vieira tratou a senhora? O que ele dizia? Ele dizia que era para eu falar somente quando ele mandasse, e eu obedeci. Ele alegou que só queria arrumar um jeito de a polícia fazer contato com os parentes dele e não iria fazer nada comigo. Não me feriu.
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