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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 23 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A chuva cessou. Tenho uma visão privilegiada sobre a cidade. Vejo que o vendaval (não teria sido um vendaval?)rumou na direção norte, para Mirabela, Brasilinha, Lontra e Januária. Restou uma camada de nuvem sobre os montes claros, nossa cordilheira, onde ainda chove, e sobre os quais, montes claros, os raios ainda se dispersam, soberanamente. A tarde quis retornar, mas o manto da noite exerce seu poder, e cai,desce, pousa, para instalar a noite antiquíssima, de que nos fala o poeta do Tejo. (Perdoai-me. Poesia e chuva andam juntas. Vou buscá-la na memória, e servi-la, com o que resta da chuva que acabou de passar: Vem, Noite antiquíssima e idêntica, Noite Rainha nascida destronada, Noite igual por dentro ao silêncio. Noite Com as estrelas lantejoulas rápidas No teu vestido franjado de Infinito. Vem, vagamente, Vem, levemente, Vem sozinha, solene, com as mãos caídas Ao teu lado, vem E traz os montes longínquos para o pé das árvores próximas. Funde num campo teu todos os campos que vejo, Faze da montanha um bloco só do teu corpo, Apaga-lhe todas as diferenças que de longe vejo. Todas as estradas que a sobem, Todas as várias árvores que a fazem verde-escuro ao longe. Todas as casas brancas e com fumo entre as árvores, E deixa só uma luz e outra luz e mais outra, Na distância imprecisa e vagamente perturbadora. Na distância subitamente impossível de percorrer´

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